Chiquinho França

Willian Marinho

O músico e instrumentista Chiquinho França, que deixará amanhã o comando da Fundação Cultural de Imperatriz, disse em entrevista a O PROGRESSO que sua saída do cargo não foi provocada por divergência ou atritos com o prefeito Assis Ramos ou qualquer secretário. Ele descartou estas possibilidades que foram levantadas por alguns setores da imprensa, afirmando que mantém o respeito e admiração ao prefeito e que sabe da sua disposição em trabalhar por Imperatriz, “mas tenho pressa”, frisou.
O “tenho pressa” destacado pelo ainda presidente deve-se ao fato de que este ano não teria como implantar seus projetos idealizados para colocar em prática na FCI. “Quando aceitei e assumi o cargo, vim com os projetos embaixo do braço e pretendia colocar em prática, contudo, apesar da vontade que o prefeito Assis tem, não conseguiria implantá-lo dada a falta de recursos pelo município, e por isso mesmo decidi pedir minha saída”, disse ele.
O músico fez questão de ressaltar que nas conversas com Assis Ramos, ouviu dele a garantia de que no ano que vem poderia obter recursos para seus projetos. “Foi aí que eu disse a ele, então o senhor me convida no ano que vem que eu volto”.
França afirmou que “a cultura em Imperatriz é uma das maiores do estado. Aqui temos os melhores profissionais da imprensa, melhores escritores e os melhores artistas e compositores, e os prefeitos precisam valorizar isso, pois no dia que ocorrer esta valorização, seremos destaque em nível nacional”.
Também disse que como imperatrizense e artista conhece os caminhos para apoiar os artistas locais e a cultura. “Sei por onde caminhar e queria muito ajudar os cantores, os artistas, mas infelizmente não tenho como fazê-lo. O que lamento, e muito”.
Ele se disse surpreso com a qualidade dos atores e das peças apresentadas em Imperatriz por artistas locais e que a cidade precisa de um novo teatro para que as peças, que são apresentadas, por exemplo, em São Luís, não voltem por falta de espaço em Imperatriz. “Meu irmão, a qualidade dos nossos artistas é muito grande, o nosso teatro é pequeno, precisamos de outro urgentemente, temos que pensar a cultura como um todo”, comentou.
Sobre os repasses ao Fundo de Cultura, ele elogiou o prefeito Assis Ramos por transferir à Fundação, destacando que o São João por, exemplo, foi realizado com recursos do fundo. “Mas não é suficiente, tendo em vista que ele é para o artista e este precisa de palco e estrutura. Mas quero parabenizar o prefeito Assis Ramos pela liberação, o que já ajudou muito”.
Ao finalizar, fez questão de afirmar que “não saio rompido, ao contrário, me coloquei à disposição para continuar ajudando e apoiando paralelamente a cultura de Imperatriz. Volto à minha carreira, que já estava com saudades, e desejando ao meu sucesso boa sorte”.