“Visitei o projeto e se trata de uma iniciativa viável para ser implantada aqui. O Maranhão tem todas as possibilidades para desenvolvê-lo”, garantiu o governador em exercício, Carlos Brandão, sobre o projeto ‘Peixes da Amazônia/Projeto Pacu’. O projeto é uma ação pioneira na área da piscicultura, desenvolvida no estado do Acre, cuja proposta foi apresentada a autoridades maranhenses, em solenidade, nesta quinta-feira (7), no Palácio dos Leões, em São Luís. Apoiado em uma parceria formada pelos setores público, privado e comunitário, o projeto acreano engloba o envolvimento do criador de peixes, ao beneficiamento do produto e à comercialização.
Na solenidade foi discutida a proposta de implantação do projeto em comunidades pesqueiras maranhenses. “Tudo será bem estudado e planejado para que tenhamos desenvolvimento pleno com a qualificação da atividade, aumento da renda das comunidades e a geração de muitos empregos”, disse Brandão. O governador em exercício ressaltou os esforços do governo Flávio Dino para desenvolver o setor, e lembrou um exemplo de sucesso no estado, o projeto Itans, no município de Matinha, um dos mais promissores do Maranhão. A intenção, segundo ele, é levar a experiência do ‘Peixes da Amazônia’ às comunidades de piscicultores locais e avaliar formas de sua implantação, considerando a realidade produtiva e os negócios já estabelecidos no setor.
Sobre isso, o secretário adjunto de Estado da Pesca e Aquicultura (Sepaq), Luís Cláudio Moraes, destacou as potencialidades do estado. “Temos todo o potencial para transformar essa atividade em riqueza para quem produz e para a economia do Maranhão. Essa reunião vai selar o início de uma frutífera parceria”, ressaltou. Ele enumerou ações nesta área executadas no primeiro ano da gestão Flávio Dino como a criação de peixes em tanques-rede e de ostras no município de Humberto de Campos e de uma fábrica de beneficiamento de pescados em Araioses.
Durante a solenidade, técnicos responsáveis pelo programa fizeram a explanação pontuando os resultados alcançados, com a apresentação de vídeo e palestras. O diretor e consultor técnico do projeto, Jaime Brum, enumerou as vantagens do Maranhão, quanto à estrutura e logística. Em sua avaliação, o estado possui todas as capacidades para desenvolver o projeto. “O Maranhão tem condições tanto para a criação de peixes de água doce quanto salgada. Também tem uma produção de grãos bastante expressiva e uma estrutura de logística muito boa com ferrovias e porto. Tem tudo para crescer nesse setor”, afirmou Jaime Brum.
O diretor-presidente da Agência Negócios do Acre, Inácio Moreira Neto, responsável pelo projeto, destacou que o diferencial foi a junção do pequeno, médio e grande produtor pesqueiro na parceria com a iniciativa privada, gestão pública e comunidades. “Essa estratégia pode ser aplicada em todas as regiões que venham a executar o projeto e terão o alcance positivo que conseguimos”, avaliou.
O secretário de Estado de Agricultura Familiar, Adelmo Soares, pontuou a troca de experiência como o principal ponto deste projeto. “Trazer essa iniciativa do Acre para o Maranhão, por iniciativa do governo Flávio Dino, mostra que estamos no caminho certo para elevar a atividade neste setor”.
Para o secretário de Estado de Trabalho e Economia Solidária (Setres), Julião Amim, o Maranhão já possui a vocação pesqueira por suas condições geográficas, mas não era adequadamente explorada. “O que faltou, ao longo dos anos, foi uma atenção especial para este setor. No governo Flávio Dino é priorizada a produção de consumo interno e a exportação”. Julião Amim afirmou que, por meio da parceria técnica, é possível potencializar a atividade, impulsionar todas as cadeias produtivas correlatas e gerar emprego e renda.
O anúncio da implantação do projeto no estado trouxe esperança e motivou produtores e representantes de comunidades pesqueiras presentes à reunião. Com essa iniciativa, eles esperam o crescimento da produção e a inclusão de novas formas de aproveitamento do produto. “Vamos levar daqui mais conhecimento e ideias de técnicas para aplicar na nossa atividade”, ressaltou o presidente da Associação de Produtores Rurais da Piscicultura e Pesca Artesanal do Povoado Itans (APPI), em Matinha, Elizeu Gomes Silva.
Parceria técnica - A APPI é o projeto de maior referência da piscicultura maranhense na atualidade. Nele estão associados 74 produtores, além de mais 60 que recebem assessoria técnica para inclusão no projeto Itans. Por meio da proposta, os produtores engordam espécies de peixes para a venda em São Luís, Imperatriz e em Teresina.
A produção terá melhor escoamento após as obras de pavimentação da Estrada do Peixe, que vai até a área do projeto. São cerca de 16 quilômetros de vias que recebem melhorias do Governo do Estado. “Era uma estrada muito deficiente e dificultava a distribuição. Agora, vamos ganhar mais fôlego com essa importante obra do governador Flávio Dino”, destacou Elizeu Silva. Na comunidade produtora o governo viabilizou, ainda, uma fábrica de ração e vai instalar uma fábrica de gelo.
O presidente da APPI ressaltou a busca por mais tecnologias e parcerias com outros mercados. “Nossa meta é dependermos, cada vez menos, da figura do atravessador. As experiências do Acre vão somar positivamente para melhorar nosso projeto”, avaliou o presidente do APPI.
A produção média do projeto alcança as 400 toneladas anuais e o faturamento aproximado de R$ 40 mil por produtor. Pelos resultados os produtores foram contemplados pela Fundação Banco do Brasil com um caminhão refrigerado – tipo furgão – com capacidade de 5,5 quilos, para o transporte do peixe. O projeto Itans iniciou em 2009.
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