Hemerson Pinto
O velho tapinha nas costas, um abraço apertado e um sorriso que vai de uma orelha a outra. Vale abraçar as criancinhas nas ruas, posar para fotografias e até parar e ouvir atentamente o que o morador do bairro mais distante tem a dizer. Não precisa dizer mais nada.
A cena descrita no início do texto acontece a cada dois anos. Em campanhas eleitorais os candidatos fazem de tudo para agradar o eleitor. Na busca por votos vale até beijinho no ombro. Mas nada de recalque. Foi apenas o gesto de uma candidata em Imperatriz, que durante uma caminhada correu para abraçar uma idosa que acenava na calçada. Ninguém sabe o motivo, mas o beijo, ao invés do rosto, foi direcionado ao ombro direito da aposentada.
Com o bloco nas ruas, os candidatos que disputam as eleições 2014 (como em todo período eleitoral) deixam gabinetes, abandonam paletós, vestem a camisa do político atencioso e preocupado com os problemas da sociedade e caminham horas e horas enfrentando o sol. A ideia é passar para quem recebe a visita a mensagem de que a solução está mesmo ali.
Quem entra no ramo pela primeira vez segue o ritmo dos veteranos. Geralmente com estrutura menor, mas também composta por carros de som, material gráfico, ‘militantes’ segurando bandeiras e uma lista enorme de promessas que serão realizadas caso seja eleito. Não tem hora ruim e não importa se quem o recebe estará com as mãos sujas de graxa ou tinta.
No próximo dia 19, os eleitores de todo o Brasil terão o prazer em conhecer todos os candidatos aos cargos de deputado estadual, federal, governador, senador e presidente da República. Pela telinha ou no rádio, rostos e vozes conhecidas, ou não, invadirão, sem permissão, o lar das famílias brasileiras. A expectativa do eleitor é que os discursos sejam compreensíveis e verdadeiros. Nada da boca pra fora.
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