São Paulo-SP - O câncer que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem na laringe é do tipo mais comum para a região. O resultado de uma biópsia feita no sábado (28) indicou também que a agressividade do tumor é considerada média e seu estágio de desenvolvimento é relativamente inicial.
Essas informações foram repassadas ontem (31) pela equipe médica que acompanha o ex-presidente no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Os médicos Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff, Artur Katz e Luiz Paulo Kowalski são os responsáveis pelo tratamento.
Kowalski explicou que o tumor do ex-presidente tem aproximadamente 3 centímetros, está em uma fase de desenvolvimento que os médicos chamam de T2 e ainda não atingiu as cordas vocais do paciente.
Hoff disse, porém, que o tratamento a que o ex-presidente será submetido pode afetar sua voz. “O tratamento pode deixar alguma alteração de voz”, afirmou. “Dando tudo certo, seria uma alteração mínima e não teria nenhum impacto para nosso paciente.”
Por causa desse impacto, Lula também deve ter acompanhamento de fonoaudiólogos durante o tratamento do tumor.
Hoff afirmou ainda que as sessões de quimioterapia também devem fazer com que o ex-presidente Lula perca temporariamente o cabelo e a barba. Kalil Filho, que é médico particular de Lula, disse que o ex-presidente já foi informado dos efeitos colaterais das sessões de quimioterapia e demonstrou tranquilidade.
“Ele está bem tranquilo”, disse Kalil, em entrevista coletiva concedida pouco depois de Lula chegar ao hospital para iniciar o tratamento. “Ele chegou com excelente humor.”
Kowalski disse que o tabagismo e o álcool são as causas mais comuns desse tipo de tumor. Ele falou que, em São Paulo, o câncer na laringe atinge 16 pessoas a cada 100 mil.
Lula vai tratar do câncer até, pelo menos, janeiro. Ele deve passar por três sessões de quimioterapia até o final deste ano e por uma de radioterapia no início de 2012.
Nessas sessões, ele receberá remédios por meio de um catéter implantado em seu peito. Cada sessão vai durar cinco dias, mas Lula não precisará ficar no hospital nesse período. Parte dos medicamentos será dada a ele no hospital e outra deve ser injetada no catéter, quando ele estiver em casa.
Já a radioterapia deve começar cerca de 40 dias após a última sessão de quimioterapia. O tratamento será localizado e feito em uma máquina, no hospital.
O médico Paulo Hoff destacou que o tumor do ex-presidente é de agressividade média e, geralmente, responde bem à quimioterapia. Por isso, os médicos descartaram, por hora, uma cirurgia. “A chance de cura é muito boa”. (Agência Brasil)
Publicado em Política na Edição Nº 14241
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