Professores lotaram as galerias para acompanhar a sessão desta quarta-feira

Carlos Gaby/Assimp

A Câmara Municipal deve votar na próxima semana decreto legislativo de autoria da Mesa Diretora que susta os efeitos de decreto baixado pelo prefeito Assis Ramos sobre adicional de mais de R$ 94 milhões de diferenças de verbas advindas de precatórios do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef), referente ao período de março de 1999 a 2003. O prefeito quer utilizar 100% do recurso em construções e reformas de escolas, enquanto os professores lutam por 60% para rateio entre a categoria. 
A matéria é polêmica e entrou na pauta da sessão desta quarta-feira (07). Os professores lotaram as galerias da Casa para acompanhar os debates e pressionaram os vereadores para que a matéria fosse votada ainda durante a sessão.
Vereadores da oposição chegaram a pedir a suspensão da sessão para que a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) emitisse parecer técnico e a matéria pudesse ser votada com quebra de interstício, o prazo regimental entre a apreciação e votação de determinada matéria. 
O presidente José Carlos Soares, após ouvir o presidente da CCJ, João Silva, e ponderar que a Procuradoria da Casa havia levado mais de duas semanas para emitir seu parecer, considerando a complexidade da medida adotada pelo prefeito, decidiu por manter o rito normal de tramitação. A CCJ deve emitir parecer na próxima segunda-feira (12), durante a reunião semanal da comissão. 
Segundo o presidente, a Câmara Municipal "está ao lado da luta dos professores" e entende que parte do precatório deve ser rateada entre os profissionais que teriam direito a esse repasse em seus vencimentos.
"Esse é um entendimento que temos aqui, pelo menos a maioria dos vereadores. Mas não queremos entrar no mérito dessa disputa, apesar de entendermos também que a melhor saída seria uma negociação entre a Prefeitura e os professores. Porém, o decreto de autoria da Mesa Diretora que será votado provavelmente na próxima semana questiona a legalidade da medida adotada pelo prefeito, pois somente a Câmara Municipal pode autorizar a abertura de crédito suplementar ao Orçamento", explicou o presidente. 
A expectativa da direção da Casa é de que a matéria possa ser votada na sessão da próxima terça (13).