Com o apoio de 272 deputados, o Plenário da Câmara aprovou a chapa 2 para compor a comissão especial de análise do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A chapa 1 obteve 199 votos.
A chapa 2 é formada, em sua maioria, por deputados que fazem oposição ao governo e tem 39 inscritos. Os outros 26 deputados que precisam ser eleitos para preencher as 65 vagas serão escolhidos em votação complementar, que ocorrerá hoje.
Poderão se candidatar apenas deputados dos partidos aos quais cabe a indicação.
Segundo os blocos formados no início da legislatura, faltam ser indicados, no bloco PMDB/PP/PTB/DEM/PRB/SD/PSC/PHS/PTN/PMN/PRP/PSDC/PEN/PRTB, 4 vagas de titulares e 14 de suplentes.
No bloco PT/PSD/PR/Pros/PCdoB precisam ser preenchidas 15 vagas de titulares e 17 de suplentes. Para o bloco PSDB/PSB/PPS/PV há 1 vaga de titular e 5 vagas de suplentes.
Ao PDT, caberá preencher duas vagas de titulares e duas de suplentes. Com um titular e um suplente a preencher, estão os partidos: Psol, PTC, PTdoB e Rede.
Comemoração
Deputados favoráveis ao impeachment comemoraram a eleição da chapa número 2. “Impeachment, impeachment”, gritavam, em coro, deputados que defendem o afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Por outro lado, deputados que defendem a permanência de Dilma Rousseff no cargo ergueram faixas com os dizeres: “Não vai ter golpe” e “Quem resistiu à ditadura não tem medo de chantagem”.
Pouco antes do fim da sessão, deputados pró-impeachment cantaram o Hino Nacional, também em coro.
ILEGALIDADE
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), fez duras críticas ao sistema de votação usado para eleger a comissão especial que vai analisar se abre ou não o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“Esta vitória que a oposição obteve foi construída por mudanças de regras. É uma vitória que não atinge os objetivos da oposição, que quer construir votos para o impeachment da presidente”, disse Guimarães, referindo-se aos 272 votos atribuídos à chapa oposicionista, que foi vencedora. Para que o processo de impeachment seja aprovado, são necessários 342 votos (2/3 dos deputados).
Guimarães acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de cometer ilegalidades ao definir o processo de eleição. “A primeira ilegalidade é política. Nós enterramos o papel do Colégio de Líderes, na medida em que o líder não pode mais indicar nada, tudo que é decidido em Colégio de Líderes é depois alterado pelo presidente [da Câmara], em conluio com a oposição”, esbravejou o líder.
O líder do governo também criticou Cunha por não dar a palavra aos líderes para que pudessem questionar o sistema de votação antes do início do processo. “Não é possível estarmos discutindo um tema tão sério sem que as bancadas possam expressar suas posições. Isso não pode acontecer no Plenário desta Casa. Isso fere todas as normas do processo democrático”, disse.
Por fim, Guimarães falou contra a decisão de Cunha de votação pelo sistema secreto. “Estou confiante que o Supremo Tribunal Federal reverta tudo isso. Foi uma ilegalidade”, disse Guimarães. Ele citou o caso recente de votação aberta no Senado que autorizou a prisão de um senador do PT. Mais cedo, Guimarães já havia convocado todos os líderes da base do governo para, segundo ele, discutir a pauta de votações da Câmara dos Deputados. (Agência Câmara)
VEJA A CHAPA ALTERNATIVA
DEM - Titulares: Mendonça Filho (PE) e Rodrigo Maia (RJ). Suplentes: Elmar Nascimento (BA) e Moroni Torgan (CE).
PSDB - Titulares: Bruno Covas (SP), Carlos Sampaio (SP), Nilson Leitão (MT), Paulo Abi-Ackel (MG), Rossoni (PR) e Shéridan (RR). Suplentes: Daniel Coelho (PE), Fábio Sousa (GO), Izalci (DF), Nilson Pinto (PA), Rocha (AC), Rogério Marinho (RN)
SD - Titulares: Fernando Francischini (PR) e Paulinho da Força (SP). Suplentes: Genecias Noronha (CE) e Lucas Vergilio (GO).
PPS - Titular: Alex Manente (SP). Suplente: Moses Rodrigues (CE)
PSC - Titulares: Eduardo Bolsonaro (SP) e Pastor Marco Feliciano (SP)
PMDB - Titulares: Lucio Vieira Lima (BA), Carlos Marun (MS), Flaviano Melo (AC), Lelo Coimbra (ES), Manoel Junior (PB), Osmar Serraglio (PR), Osmar Terra (RS). Suplentes: Alceu Moreira (RS), Darcísio Perondi (RS), Geraldo Resende (MS), Rogério Peninha Mendonça (SC) e Valdir Colatto (SC)
PHS - Titular: Kaio Maniçoba (PE). Suplente: Carlos Andrade (RR)
PTB - Titulares: Benito Gama (BA), Ronaldo Nogueira (RS) e Sérgio Moraes (RS)
PSD - Titulares: Delegado Éder Mauro (PA), Sóstenes Cavalcante (RJ), João Rodrigues (SC), Evandro Roman (PR) e Alexandre Serfiotes (RJ). Suplentes: Jefferson Campos (SP) e Silas Câmara (AM)
PEN - Titular: André Fufuca (MA)
PMB - Titular: Major Olímpio (SP). Suplente: Ezequiel Teixeira (RJ)
PP - Titulares: Jair Bolsonaro (RJ), Jerônimo Goergen (RS), Luis Carlos Heinze (RS) e Odelmo Leão (MG). Suplentes: Renzo Braz (MG) e Roberto Balestra (GO)
PSB - Titulares: Danilo Forte (CE) e Fernando Coelho Filho (PE)
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