Para os vereadores, da maneira que foi apresentada, a área de estacionamento não tem função de facilitar o trânsito, mas apenas de arrecadar

Na sessão de ontem (15), vereadores debateram a respeito da polêmica em torno da chamada ‘faixa azul’ e do descontentamento geral da população; mais pela forma como foi anunciada - por decreto e com zoneamento geral de todo o centro da cidade - e não pelo fato de ser ruim para o trânsito de Imperatriz.

 Foi informado que essa ação foi apresentada no plano de governo do atual gestor e aprovada pela Câmara no ano passado, mas a implementação está sendo feita de forma errada. Como exemplo, foi exposta pelo vereador Adhemar Freitas Jr (PSC) a situação de quem trabalha no centro: “O trabalhador vai colocar sua moto e pagar oito reais por dia? sete dias por semana? Inviável e cruel com as pessoas que já vivem uma situação financeira difícil; isso deve ser esclarecido junto à população, que está apavorada. Podemos ter a faixa azul, mas também os espaços livres. O cidadão não pode ser obrigado a estacionar em local pago. Todo mundo já paga impostos e tributos demais, temos que ter o direito de estacionar sem pagar nada, isso deve ser um instrumento facilitador e não uma punição ao povo”.
Na aprovação do projeto da faixa azul, também existem isenções (escolas, universidades, hospitais e outros locais discriminados na lei). No entendimento dos vereadores quem trabalha ou estuda não pode ser obrigado a pagar todo dia para estacionar. Da maneira que foi apresentada, a área de estacionamento não tem função de facilitar o trânsito, mas apenas de arrecadar, principalmente porque inclui muitas áreas residenciais, onde moradores não poderão estacionar nem na frente de suas próprias casas. 
“Estão querendo agora privatizar as ruas, o foco está sendo a arrecadação e não a melhoria do trânsito. Devemos organizar, mas dar alternativas às pessoas. Quem vem passar duas, três horas tudo bem, mas e quem trabalha e passa o dia no centro? O impacto no salário dessas pessoas vai ser gigantesco, vamos pedir a suspensão desse decreto, porque não houve discussão sobre o detalhamento e a maneira como isso será aplicado”, disse o vereador Bebé Taxista (PEM). 
 Hamilton Miranda (PP) pediu que fosse feito convite ao secretário de Trânsito para explicar na sala das comissões como será a execução e como irão funcionar na prática esses espaços pagos.
O projeto é faixa azul, não cidade azul - O presidente da Câmara José Carlos Soares (PV) disse que se alguém quer falar sobre comércio, deve primeiro conversar com ele, pois disso ele conhece. Comercializar, comprar e vender é importante em qualquer meio e para ele faltou a “venda do projeto” para a população por parte da prefeitura; por isso não compraram a ideia. O vereador disse que votou a favor da matéria, e não se arrepende, pois isso vai melhorar o trânsito, mas entende que esse decreto foi muito extensivo e está errado porque não contempla a gratuidade. “A cidade não pode ser toda de faixa azul e o prefeito acena que irá recuar, para que haja discussão e regulamentação correta desses espaços. A informação esta chegando de forma errada ao povo e esperamos que haja sensatez para sentarmos, discutirmos e chegarmos a uma conclusão”.
José Carlos disse que não irá fazer críticas nem jogar o prefeito numa fogueira, pois ele está tentando acertar e tendo bom senso em dialogar com a casa, mas expressou sua preocupação em ver trabalhadores assombrados, preocupados em ter que separar uma parte dos seus salários, que já são pequenos, só para pagar estacionamento. “Imperatriz se levanta contra aquilo que é prejudicial a ela e nesta questão a opinião pública mostrou a força que tem”, finalizou. (Sidney Rodrigues - ASSIMP)