Carlos Gaby/Assimp
Sem acordo de lideranças dos partidos e blocos parlamentares, a maioria governista manobrou dentro do Regimento Interno e dominou a eleição das oito comissões permanentes da Câmara Municipal de Imperatriz na sessão ordinária desta quarta-feira (06). Os oposicionistas tentaram obstruir a sessão e denunciaram que o governo municipal agiu fortemente para encaminhar a votação de maneira que garantisse o domínio de sua base legislativa sobre todas as comissões.
“Faz parte do jogo legislativo. A maioria, nos parlamentos, trabalha para dirigir as principais comissões. Isso é claro. Apresentamos nomes de nossos candidatos, porém deixamos vagas para a oposição. Ela (oposição) que não quis acordo”, disse o líder do Governo, Hamilton Miranda.
“Foi uma manobra política. Não nos deram espaço, nem mesmo obedeceram o Regimento na questão da representação partidária e dos blocos parlamentares”, protestou o vereador Bebé Taxista, um dos líderes da oposição.
O Regimento Interno (RI) diz que a composição das comissões deve obedecer a representatividade partidária e o peso dos blocos parlamentares, seguindo acordo das lideranças. Porém, ressalta também que em não havendo acordo, a escolha dos membros das comissões será por eleição, considerando-se eleitos os mais votados.
O presidente José Carlos Soares tentou convencer os oposicionistas a apresentarem nomes para todas as comissões, mas não obteve êxito. Ele chegou a rejeitar um documento dos governistas que apresentava as comissões já montadas.
Eleição
O processo durou quase três horas, entre discussões no Plenário, suspensões para debates internos e a votação. E pela primeira vez a Câmara Municipal de Imperatriz teve que escolher os integrantes de suas comissões técnicas em votação individual e por escrito.
Os cinco vereadores da oposição - Carlos Hermes (PCdoB), Sargento Adelino (Solidariedade), Aurélio Gomes (PT), e Bebé Taxista e José Arimatheia Ditola, ambos do Patriota - permanecerem em Plenário durante a votação, mas se abstiveram de votar, protestando contra a manobra dos governistas. Com isso, ficaram de fora de todas as comissões.
“Tentamos conduzir o processo com um acordo entre as lideranças, respeitando a representatividade parlamentar. Como não houve acordo, apenas seguimos o Regimento Interno. A Mesa Diretora conduziu o processo de maneira isenta e imparcial, como é o comum em todas as sessões. Respeitamos o posicionamento dos colegas que compõem o bloco oposicionista, mas não havia outra maneira, já que todas as tentativas de acordo foram rechaçadas por eles. Tivemos então que partir para a eleição individual de cada membro das comissões. É o que diz o Regimento”, declarou o presidente José Carlos Soares.
Comentários