Chiquinho França: "Neste primeiro ano vamos plantar, depois florescer, para depois colher"

Artistas das mais diversas manifestações culturais, intelectuais, autoridades e comunidade em geral lotaram as galerias da Câmara Municipal, na manhã dessa quarta-feira (4), para acompanhar a sessão extraordinária de Arguição Pública e Aprovação do nome do instrumentista e produtor musical, Francisco Lopes da Costa, o Chiquinho França, para a presidência da Fundação Cultural de Imperatriz - FCI.

O presidente da Casa, José Carlos Soares Barros, abriu a sessão agradecendo a presença de todos os vereadores e das pessoas que compareceram para prestigiar a primeira sessão legislativa de 2017. Informou que a sessão é uma exigência do Artigo 14, Inciso II, da Lei Orgânica do Município - LOM, quando se trata de nomear qualquer pessoa para presidir no município a Fundação Cultural.
Passou a palavra para a secretária da mesa diretora, vereadora Maura Barroso, que fez a leitura do Ofício Nº. 012/2017, de 3 de janeiro de 2017, assinado pelo prefeito Assis Ramos solicitando a instalação da sessão extraordinária, para aprovação dos nomes do presidente Chiquinho França e dos coordenadores Giovanni Pietrinni, Sandro Barros dos Santos, Antonio Fabrício Barbosa e Cleiton Ribeiro.
Chiquinho França disse, inicialmente, que dispensaria de ler discurso, pois gostaria de expressar seus sentimentos, bem como, do que pretende realizar a frente da FCI. "Além de músico, sou produtor musical há muitos anos, razão porque sinto na pele a inquietação, a dificuldade enfrentada pela classe artística em todo o nosso estado e a Fundação tem que cuidar dos interesses dos artistas locais".
Lembrou que foi convidado pelo vice-prefeito Alex Nunes Rocha, mas disse que só aceitava se fosse para fazer um trabalho cultural voltado para os interesses dos artistas e não apenas para fazer festas. Desta forma, teve que se afastar de seu projeto Som Mara que estava prestes a aportar em São Paulo e no Rio de Janeiro, para enfrentar esse desafio em sua vida profissional.
"Neste primeiro ano vamos plantar, depois florescer, para depois colher", disse Chiquinho França numa alusão que nesse primeiro ano de dificuldades os projetos que pretende implementar à frente da FCI serão plantados e com o tempo eles ganham corpo. Disse querer trabalhar com o apoio dos vereadores, da imprensa, dos empresários e de secretarias, a exemplo da Educação e Desenvolvimento Social.
Parcerias comerciais - Informou que, por se tornar conhecido em São Luís, já recebeu o apoio de diretores do SEBRAE, da Alumar e Vale, para manter parcerias. Garantiu que vai reunir com empresas e orientá-las, que podem investir na cultura, por intermédio da Lei de Incentivo a Cultura. "Desta forma, elas podem investir nos grupos artísticos, seja na música, teatro, dança, enfim, que apresentarem seus projetos".
Chiquinho França afirmou que essa atitude de apoiar o artista local não quer dizer que a Fundação não vai trazer shows de artistas de renome nacional. "Vamos sim, tanto que pretendemos resgatar o FABER, que foi um dos maiores festivais de música do Brasil trazendo os maiores nomes da música brasileira, mas eles terão que subir no mesmo palco que os nossos artistas".
Em relação ao calendário anual de eventos que inicia pelo carnaval, festas juninas, aniversário da cidade, entre outros, França informou que o prefeito Assis Ramos está fazendo um levantamento da situação econômica do município, com o objetivo de realizar um carnaval dentro das condições da municipalidade. "Mesmo porque pretendemos pagar a todos que trabalharam logo depois do evento". 
Conservatório de Música - O presidente da FCI informou que o Conservatório de Música, cujo prédio está sendo concluído no bairro Planalto vai beneficiar, inicialmente, centenas de crianças oriundas de todos os bairros da cidade. "Nossa previsão é que até o mês de julho nós vamos inaugurar esse Conservatório que beneficiará centenas de crianças que tenham aptidões musicais".
Apresentou um organograma da FCI baseado na administração do ex-presidente Lucena Filho, a quem fez um reconhecimento do seu trabalho e apresentou sua equipe em todos os setores. "Vamos manter o projeto Arte & Cidadania nas Escolas que por muito tempo foi coordenado pelo poeta/cantador Zeca Tocantins", afirmou França, acrescentando que "a idéia é formar nosso produto valorizando os artistas locais".
Após sua explanação, Chiquinho França respondeu os questionamentos dos vereadores Ademar Júnior, Alberto Souza, Ricardo Seidel, José de Arimatéia Castro (Ditola), Rildo Amaral, Aurélio Gomes da Silva, Carlos Hermes, Manoel Conceição de Almeida (Bebé), Weudes Feitosa, Paulinho Lobão, Chiquin da Diferro, Pedro Gomes, Irmã Telma, Fábio Hernandez e José Carlos Soares. Aos vereadores pediu ideias e sugestões.
Ao findar os debates, o presidente José Carlos Soares deu início à votação secreta chamando em ordem alfabética os vereadores. A contagem dos votos apontou que dos 20 aptos a votar, 19 votam pela aprovação do nome de Chiquinho França e apenas 1 vereador votou contra. Participaram da sessão e fizeram breve pronunciamento o vice-prefeito Alex Nunes Rocha e o deputado federal Aluízio Mendes (PTN). (Domingos Cezar/ASCOM)