Hemerson Pinto
Mesmo com o público presente imaginando qual seria o resultado da votação realizada na manhã de ontem na Câmara de Vereadores, aprovando o empréstimo de R$ 50 milhões pretendido pela Prefeitura de Imperatriz, a discussão sobre o assunto durou cerca de duas horas. Por dezessete votos a quatro, o poder Executivo vai colocar as mãos no montante que deverá ser solicitado à Caixa Econômica Federal.
A verba, segundo o projeto, será investida na execução do projeto de Transporte e Mobilidade Urbana/PAC2 no Parque Alvorada I, Parque Alvorada II, Vilinha e bairros vizinhos. O valor deverá ser pago em 20 anos, sendo que no mandato da atual gestão, segundo um dos vereadores de oposição, apenas 18 parcelas de R$ 700 mil cada serão quitadas. Com a aprovação, a Prefeitura fica autorizada a usar como garantia as cotas do Fundo de Participação dos Municípios, Arrecadação Tributária Municipal e parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias.
Para o vereador Carlos Hermes, o conteúdo do projeto não é transparente. “Estamos cobrando investimento de recursos nos bairros de Imperatriz desde o começo do mandato. O prefeito enviou o projeto para cá sem a menor transparência ou clareza, sem dizer o que ele quer fazer com esse recurso, muito embora destine a uma região da cidade, mas não detalha”, diz o vereador de oposição, um dos quatro a votarem contra a aprovação.
O vereador José Carlos defende que o município está em dia com todas as obrigações sociais, o que desperta o interesse nas instituições do Governo Federal em “emprestar dinheiro para uma cidade do porte de Imperatriz, que tem credibilidade administrativa. […] Não existe nada de graça, tudo é pago. Eu costumo dizer que de graça nem o pão nem a cachaça e nem a entrada da missa”, declara José Carlos.
Outro voto contra a aprovação do projeto partiu do vereador Aurélio Gomes. “Precisamos fazer uma CPI do PAC 1, da Vila Cafeteira. Uma obra que ainda não terminou. Agora vão usar recurso de R$ 30 milhões para refazer a obra que foi mal feita. Vamos propor uma CPI para investigar porque a obra foi mal feita e por onde esse dinheiro passou. Porque a empresa responsável foi embora sem terminar a obra”, disse.
“Não podemos ser contra, pois qualquer benefício que vier para nossos bairros é bom. Eu queria que esses benefícios fossem repassados para outros bairros, como a Vila Davi II, onde eu moro. Todos já conhecem a nossa situação. É muito dinheiro, vai melhorar vários bairros, mas poderia melhorar outros também”, opina o autônomo Manoel Gomes Ferreira.
O presidente da Associação de Moradores do Brasil Novo, Washington Freitas, acompanhou representantes de associações dos bairros que deverão ser beneficiados com o empréstimo. “São bairros que precisam de investimento e com esse empréstimo esses problemas serão sanados, como foram na Cafeteira e Nova Imperatriz. Como o Brasil Novo está recebendo benefícios da Prefeitura, vim apoiar a aprovação para ajudar outros bairros”.
Com um público considerável acompanhando a votação, o taxista Herbert de Moraes comentou seu posicionamento. “Cinquenta milhões não vão resolver o problema da cidade, vão endividar o município. No PAC da Cafeteira, por exemplo, a gente não vê obra totalmente concluída”, realata. Além de Aurélio e Carlos Hermes, os vereadores Rildo Amaral e Marco Aurélio também votaram contra a aprovação.
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