Brasília-DF - O advogado de Carlinhos Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, está impondo mais condições para que seu cliente compareça à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) encarregada de investigar o envolvimento dele com agentes públicos e privados num esquema de jogos ilegais, corrupção e tráfico de influência. A exemplo do que requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 17, o advogado requer mais tempo para analisar os documentos sigilosos em poder da CPI, mas especifica que precisa de três semanas, e que lhe seja entregue cópia do material.
Por enquanto, o depoimento de Cachoeira, cujo nome verdadeiro é Carlos Augusto Ramos, está marcado para o dia 22.
Utilizando-se de linguagem protocolar, Thomaz Bastos apresenta as demandas em petição encaminhada à comissão nessa sexta-feira (18) “na esperança de poder colaborar com os trabalhos da CPI e de buscar uma solução que atenda aos interesses” de Cachoeira.
O advogado quer cópia de todos os arquivos com os dados sigilosos das Operações Vegas e Monte Carlo em poder da comissão, classificados de “imenso conteúdo”. Além disso, o defensor de Cachoeira apresentou outra demanda: deseja que, no decorrer desse prazo, seja possível conversar reservadamente com o Cachoeira sobre os dados obtidos.
Como Cachoeira está recolhido ao presídio da Papuda, não há na comissão ainda um entendimento claro de que em quais circunstâncias se dariam essas conversas reservadas.
Adiado na semana passada devido a uma decisão liminar do ministro do STF, Celso de Mello, sob a alegação de que a defesa não conhecia o teor da investigação sigilosa e que o depoimento só poderia ocorrer depois disso, o comparecimento de Cachoeira à CPI foi remarcado para a próxima terça-feira. Além disso, garantiu-se o acesso da defesa do empresário aos dados das operações, sob as mesmas condições impostas aos parlamentares: sem cópias, sem gravações e com assinatura de termos de responsabilidade. Apesar de terem vindo à sala reservada da CPI nos primeiros dias após a autorização, os advogados não apareceram mais durante o resto da semana.
Na última quinta-feira (17), Thomaz Bastos pediu que Celso de Mello mantenha a liminar impedindo o depoimento de Cachoeira até que tenham total conhecimento das informações das operações. A decisão do ministro do STF está sendo aguardada, mas não há previsão de quando será divulgada.
Também chegou à CPI na mesma data as informações do Banco Safra S.A. referentes ao sigilo bancário de Carlos Augusto de Almeida Ramos. O material é sigiloso e contém três folhas. (Agência Senado)
Publicado em Política na Edição Nº 14407
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