A bancada feminina da Câmara quer fortalecer as candidaturas femininas nas eleições municipais de 2020. No pleito do ano que vem, a cota de 30% de candidatas mulheres para as câmaras municipais deverá ser cumprida por cada partido. Antes, nas coligações, os partidos dividiam a cota, mas agora, pela primeira vez, cada legenda precisa montar a sua própria chapa com candidatas.
A mudança foi introduzida pela reforma política aprovada em 2017 pelo Congresso, que vedou, a partir de 2020, a celebração de coligações nas eleições proporcionais. As deputadas avaliam que é preciso esclarecer bem os eleitores sobre a mudança.
Especialistas participaram de reunião da bancada feminina nesta semana e defenderam ações para aumentar a presença de mulheres na política.
A deputada Aline Gurgel (PRB-AP), que solicitou o debate, afirmou que a intenção é promover palestras nos estados e municípios para incentivar mulheres a participarem de espaços de poder.
“Onde estão as mulheres que querem sair vereadoras, onde estão as mulheres indígenas que um dia querem chegar nesses espaços de poder, onde há mulheres que querem ocupar, por exemplo, presidências de entidades, como a OAB, ou presidências de Tribunais de Justiça? Nós queremos alcançar essas mulheres”.
Violência contra mulheres
A modelo Luiza Brunet, escolhida como 1ª embaixadora do projeto “Mãos EmPENHAdas”, iniciativa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, declarou que a presença de mulheres na política é fundamental para melhor compreensão de casos de violência contra mulher.
A maioria das mulheres já teve algum tipo de violência, não só física, como psicológica, moral. Então, elas vão conseguir compreender e fazer leis mais rígidas e que empoderem as mulheres”, defendeu.
A primeira secretária da Câmara, deputada Soraya Santos (PL-RJ), elogiou iniciativas que promovam a participação feminina nos espaços de decisão, seja na política ou nas empresas. “Quanto mais mulheres, por exemplo, aqui na Câmara dos Deputados, mais projetos de direitos humanos foram votados. Porque quando o assunto é filho, família, dignidade das mulheres na ascensão da carreira; na melhoria e humanização da área da saúde, as deputadas defendem com muita paixão”, revelou.
Partidos
A promotora de Justiça Gabriela Mansur cobrou apoio dos partidos políticos e a quebra de estereótipos. “Que os partidos não abandonem as mulheres após a candidatura. Que eles façam um projeto de apoio do início ao fim, porque essa mulher está lá para lutar pelo direito a ser eleita, mas ela não pode ser abandonada, nem do ponto de vista material, financeiro, tão pouco do ponto de vista de apoio, acolhimento e união”. (Agência Câmara)
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