Representantes dos três poderes constituídos - Executivo, Legislativo e Judiciário - se reuniram na manhã dessa segunda-feira (11), na sede da Assembleia Legislativa do Maranhão, para discutir ações que tornem mais efetivo o combate à violência no Estado.
A reunião é o desdobramento de outro encontro que já havia sido realizado no Tribunal de Justiça do Maranhão, um dia após a rebelião na Casa de Detenção (Cadet) de Pedrinhas, onde nove pessoas morreram após confronto entre duas facções criminosas.
Dessa vez, o que motivou o encontro das autoridades foi a apresentação do Programa Integrado de Combate à Violência, idealizado pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), que visa promover ações particulares entre órgãos públicos e sociedade civil em busca de soluções emergências contra a violência, com ênfase inicial em São Luís.
“Antes, a questão da violência no Maranhão não era tão grave como nos Estados do Sul. Podíamos sair tranquilos, sem preocupação. Mas hoje não se pode mais confiar em ninguém; nem ficar na porta de casa está mais seguro. Foi por isso que, mais uma vez, reunimos autoridades, junto com a sociedade, para tomar medidas práticas, ouvindo principalmente moradores. Ressalto aqui que algumas providências já estão sendo tomadas: tanto a Polícia Militar quanto a Civil já identificaram as áreas de maior periculosidade e já foram implantadas as USC’s (Unidades de Segurança Comunitárias) nos bairros mais perigosos. Mas ainda há muito o que fazer para vivermos em paz”, declarou a desembargadora Nelma Sarney.
A delegada-geral Cristina Rezende acredita que a união dos poderes é a solução para combater o crescimento da violência no Estado. “Viemos aqui pedir o apoio do Legislativo, para que juntos possamos combater a ação desses bandidos que vêm agindo friamente contra policiais. Não só com policiais, contra qualquer pessoa que saia nas ruas. Esses criminosos estão agindo dessa maneira porque a polícia tem conseguido combater o crime. Mas nós não vamos nos abater. Tenho certeza que, com todos os poderes unidos, nós vamos conseguir diminuir e até acabar com essa onda de violência que tem atormentado muita gente”, disse.
O presidente da Assembleia Legislativa garantiu a colaboração da Assembleia no Programa de Combate à Violência. “Com a união dos poderes, juntos, vamos encontrar caminhos e forças para combater a violência que, a cada dia, aumenta no nosso Estado. Eu digo, com toda certeza, que o Maranhão tem condições de vencer essa guerra e, em nome dos 42 deputados desta Casa, digo a vocês que Assembleia Legislativa está totalmente disponível para agir da forma mais enérgica possível em busca de uma solução, onde o nosso propósito será ‘enxotar’ de uma vez esses bandidos do convívio com a sociedade”, falou.
Durante o encontro, moradores também tiveram a oportunidade de se pronunciar. Dona Ivete foi uma delas e, para ela, o problema da violência não está necessariamente na falta de segurança, mas sim na falta de políticas públicas. “Antes de mandar carros de polícia para o nosso bairro, vocês devem mandar ajeitar aquelas ruas esburacadas e melhorar a iluminação, porque na condição que está nem polícia pode rodar lá. Eu não critico a ação da polícia. Eu sei que a polícia está tentando fazer a sua parte, o maior problema esta na falta de infraestrutura”, avaliou.
Para o Coronel Ozório, o maior problema da violência começa na educação. “Com todos trabalhando juntos vamos sim chegar a uma solução. Mas acredito que parte desses problemas de violência está nas falhas da educação.
Acho que a sociedade deve colaborar com a polícia, nos passando as informações, porque eles, mais que ninguém, conhecem os problemas de cada bairro. Sei que muitos tem um certo receio ou até mesmo medo, mas têm que confiar. Tenho certeza que isso ajudaria muito”, conclamou.
Publicado em Política na Edição Nº 14852
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