Pergunta: Qual avaliação que você faz sobre o seu governo até aqui?
Resposta: Tivemos altos e baixos, início do governo complicado, recebemos a gestão com muitos problemas, muitos buracos e sérios entraves na saúde, inclusive com vários serviços vitais suspensos. Conseguimos nos recuperar, porém, este ano, devido às chuvas, sofremos bastante; uma enchente como essa que acabamos de passar compromete a avaliação de qualquer administração. Num primeiro momento a percepção geral é de que houve, de fato, uma catástrofe, sem culpas humanas, mas as consequências perduram, vêm as cobranças, a demora por falta de recursos, ou seja, a popularidade vai lá para baixo. O que eu garanto que que a gente tem feito tudo o que é possível ser feito, apesar das adversidades.
Pergunta: Como você pensa em melhorar essa avaliação?
Resposta: Muita coisa foi plantada nesses dois anos, vamos colher os frutos agora. Os recursos que receberemos na educação, agora em julho; a modernização da Secretaria da Fazenda (ninguém vai cobrar tributos a mais, vamos cobrar daqueles que podem e nunca pagaram), isso vai gerar mais receita; a instalação da Guarda Municipal; construção da Ceasa, do Shopping da Cidade, do Panelódromo (todas essas obras já em processo de licitação); a relação estreita com o ministro da Saúde, através do DEM e do deputado Juscelino Filho; a CODEVASF podendo atuar em Imperatriz, e outras situações igualmente favoráveis, irão alavancar a avaliação da gestão, é só uma questão de tempo.
Pergunta: Você disse, em campanha, que Imperatriz tinha dinheiro suficiente para ser bem administrada. Como explicar, agora, que a cidade não tem esse dinheiro? A saúde está ruim; a infraestrutura, também. E agora?
Resposta: O maior erro que um candidato a prefeito pode cometer é fazer muitas promessas, inclusive aquelas impossíveis de serem cumpridas. Eu fui realista, me comprometi com aquilo que eu poderia fazer. O que eu prometi, estou cumprindo; já passeis dos 83% em menos da metade do mandato, e fiz coisas importantes além das promessas de campanha. Com relação aos recursos, nunca é demais ressaltar que o dinheiro que recebemos não foi só para custear a nossa gestão; nós herdamos um passivo alto, da Saúde, principalmente, além do que, enfrentamos o imponderável, uma chuvarada sem precedentes, que inundou regiões inteiras antes nunca afetadas pelas cheias. Agora, me penitencio; de fato, mesmo em condições normais, o dinheiro não é o suficiente, porque a Saúde é subfinanciada, o erro começa lá em Brasília; temos cerca de 260 mil habitantes, mas fazemos uma saúde para um milhão de pessoas, essa conta não fecha e nunca vai fechar, a não ser que se mude a forma de financiar a saúde no Brasil. Nossa saúde se sustenta nas verbas extraordinárias que conseguimos junto ao MS, através dos deputados e senadores, mas este ano a situação está difícil, o Congresso está travado, início de mandato do presidente e essa reforma da Previdência está parando tudo. Trata-se d'uma conta sem tamanho, quando mais se melhora, mas ela fica cara, porque atrai mais e mais doentes; a infraestrutura da cidade é caótica, asfalto velho e de péssima qualidade. Só quando estamos dentro do problema é que temos a real dimensão da receita e da despesa. Nossa folha consome 51% de nossa receita, são quase oito mil servidores concursados, fica difícil enxugar, não posso demitir servidores concursados e nem se pudesse eu faria isso, pois são importantes para a máquina funcionar bem. Na Educação temos a obrigação de investir 25%; na Saúde, 15% (investimos, de fato, cerca de 25%). Façam as contas, veja o que resta para infraestrutura e demais pastas, praticamente nada. Muito difícil essa matemática, mas mesmo assim, com habilidade e apoio dos deputados federais e senadores, a gente está conseguindo realizar ações na infraestrutura.
Pergunta: Já pensou em algum momento em desistir da política?
Resposta: Não, jamais! Só sairei da política se for pelas mãos daqueles que me colocaram nela, Deus e o povo.
Pergunta: Tem saudade da vida de policial?
Resposta: Sim, às vezes tenho, passei uma vida investigando, combatendo o crime, fazendo aquilo que me preparei desde a faculdade, às vezes tenho saudades, sim.
Pergunta: Você combateu o crime e isso lhe deu credencial para ser prefeito da segunda maior cidade do Maranhão, mas como explicar um homem da lei agredir um radialista, a ponto de fazê-lo sangrar no rosto?
Resposta: Sou delegado de polícia, de fato um homem da lei, também prefeito da cidade de Imperatriz, mas sou humano, tenho sangue correndo nas veias, tenho uma reputação a zelar; falar de mim e de minha família em público, denegrir nossas honras, sem nenhuma prova, e depois me propor acordo indecente?!. Foi demais pra mim e sei que seria demais para qualquer pai de família.
Pergunta: Trabalho e honestidade, esse era seu slogan de campanha, como explicar essas denúncias de corrupção em sua gestão?
Resposta: Apresente-me uma só ação criminal que eu ou meus secretários respondemos, na justiça. Tem?! Não tem! O que existe mesmo é uma onda de denuncismo, coisas advindas de blogueiros e gente mantidos pela oposição. Eu e outros políticos, principalmente os do executivo, somos vítimas dessas pessoas que tentam fazer extorsão; como não faço acordo com esse tipo de gente, eles acabam enchendo as redes sociais de fake news. Não me importo com isso, minha gestão é transparente, o Ministério Público é atuante, nunca neguei qualquer informação para os órgãos de controle. A prefeitura é uma casa de vidro e está aberta.
Pergunta: Na campanha você disse também que era contra o nepotismo, mas sua esposa é secretaria de Desenvolvimento Social; como explicar isso?
Resposta: Tenho parentes altamente gabaritados, começando por meu pai, formado em história e direito, servidor público federal e ex-vereador de uma cidade grande do Maranhão, Timon; tenho uma irmã odontóloga e um cunhado advogado que já foram gestores de saúde da Região dos Cocais, aqui do Maranhão; tenho outros dois irmãos psicólogos com currículos invejáveis, mas nunca os utilizei na gestão. São meus conselheiros, mas nunca receberam qualquer valor dos cofres públicos de Imperatriz e nunca tiveram qualquer vínculo com o município. Minha esposa assumiu a secretaria depois que foi sedimentado o entendimento junto ao STF de que nomeação da mulher para cargo de confiança pelo prefeito não configura nepotismo. Ora, foi a Corte maior da justiça brasileira que decidiu, por outro lado, eu precisava dela atuando ao meu lado na prefeitura e, diga-se de passagem, ela vem fazendo um ótimo trabalho na Sedes, todos percebem. Portanto, continuo mantendo a minha postura de não aceitar o nepotismo na prefeitura.
Pergunta: Quem deve ser seu maior adversário nas eleições de 2020?
Resposta: Todos que conseguirem sair como candidatos têm valor, não posso subestimar nenhum. Fui muito subestimado por meus adversários em 2016 e acabei ganhando as eleições, foi um erro deles, não posso cometer o mesmo erro. O imperatrizense é inteligente, politizado e independente. O serviço prestado para cidade sempre será o diferencial na hora de escolher o seu candidato.
Pergunta: Flávio Dino, governo do Estado, como está essa relação?
Resposta: Da forma que começou. Da minha parte sempre fui aberto; do lado dele, nem tanto. Quando digo aberto, falo com relação aos problemas da cidade, para discutir e achar as soluções, porém, o governo do Estado sempre procura politizar as ações e quem sofre é o povo. Nas enchentes, fiz um apelo nas redes sociais (já que ele não me atende no Palácio dos Leões) para ele ajudar Imperatriz, e fui maldosa e pessimamente interpretado; os asseclas dele me apedrejaram de maneira covarde, mas eu não ligo, não, pois consegui meu objetivo, acabaram trazendo ajuda para o município, tardiamente, é verdade, mas antes tarde do que nunca.
Pergunta: MDB e DEM, como fica essa relação?
Resposta: MDB continua sendo aliado, o deputado federal João Marcelo continua sendo meu amigo e amigo de Imperatriz, ajudando sempre o município. O DEM será meu partido, ou seja, é uma outra porta que se abre para ajudar nossa cidade. Juscelino Filho, deputado Federal, é bem articulado em Brasília, a cidade e eu precisamos dele. Penso na cidade, sempre; minha mudança de partido foi feita com essa visão.
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