"Ninguém vê um dos políticos governistas reivindicando pela cidade ou cobrando a retribuição do que o povo de Imperatriz fez pela eleição do governador. O ano eleitoral de 2016 já passou e o de 2018 ainda está a oito meses de distância, mas eles não descem do palanque e cuidam apenas do projetos de poder deles. Criam factoides em cima de factoides, polemizam sobre tudo, e todo dia, me perdoem, criam uma futrica diferente. O objetivo é desviar o foco da população para que ninguém observe que eles fazem muito pouco pela cidade".
O desabafo do prefeito Assis Ramos (PMDB) foi ouvido no programa Rádio Alternativo, de anteontem, 2, e repetido ontem, durante um encontro com os chamados "secretários da casa" e jornalistas que cobrem a Prefeitura. Ele disse que o seu jeito de ser, "menos político tradicional e mais racional com o dinheiro público", tem gerado insatisfações, mas garantiu que não vai sair desse trilho. "Entrei limpo e quero sair limpo. No final, quero ser julgado pelo serviço prestado e pelo exemplo de retidão que vai ter que ser repetido pelos futuros prefeitos. Se fosse para ser mais um, dos conchavos e dos 'ajeitadinhos', eu não teria deixado a minha ocupação anterior".
O "factoide da semana", segundo o prefeito, "é filhote do espetáculo armado e filmado na semana passada dentro do meu gabinete, quando um vereador fez de conta que estava brigando pela elevação dos salários de quem já ganha 23 mil reais por mês. Eu não tolero hipocrisia. Se ele quer consertar salários, que vá para as ruas, se ombrear com os professores do Estado, que não ganham dez por cento do que ganham nossos procuradores, e estão clamando por melhorias. E, diga-se, eu não o expulsei. O vídeo que ele carrega debaixo do braço desmente isso. Todos viram, levantei-me da minha cadeira e disse a ele que não participaria mais daquela encenação e que, se ele não saísse, eu sairia. Dispus-me a sair no lugar dele; expulsá-lo, jamais. Todos viram", observa Assis Ramos.
Sobre declarações de ontem do presidente da Câmara Municipal, José Carlos Soares, classificando de "fraca" a equipe de secretários municipais, o prefeito fez ponderações. "Respeito o presidente, mas seria mais ético ele avaliar a equipe dele, enquanto eu avalio a minha. Tenho a humildade de reconhecer que não acerto em tudo, até porque o ambiente político é novíssimo para mim, assim como o é para a grande maioria dos meus assessores. Não trouxe ninguém de Cleveland, mas todos que estão comigo conhecem em profundidade os problemas da cidade e no momento que eu detectar qualquer desvio de conduta, pode ser o que for e quem for, será imediatamente excluído", assegurou.
Segundo Assis Ramos, "a perda de tempo com a reprodução de um ano eleitoral em pleno 2017 é prejuízo certo para Imperatriz. Estou sozinho na luta pela recuperação de uma cidade devastada pela falta de planejamento, onde o asfalto se desfez por inteiro pela chuva que todo mundo sabia que ia cair, e a saúde era um pardieiro. Encontramos contas expostas e ocultas, todas com poder paralisante. Os serviços da saúde, todos, suspensos pelos credores, dentro de um hospital imundo, com doentes até nas calçadas. Falta de serviços e compras sem licitação. Salários, gratificações e vales refeição atrasados. E com toda essa minha falta de vivência nesse meio, arrumei a casa e já estou arrumando a cidade. Sem a ajuda de ninguém e debaixo de muita perturbação dos criadores de factoides, até o final de julho estaremos com todo o asfalto da cidade restaurado. Depois, vamos partir para um projeto definitivo de reasfaltamento de qualidade. Chega de se jogar fora o dinheiro do povo", disse o prefeito.
Assis sugeriu que o "ano neutro" deveria servir para que os políticos, "de um lado e do outro", se unissem pela cidade, "até para que tenham o que dizer à população no ano do voto, que será 2018". Ele disse que continua de braços abertos a todos que quiserem contribuir com Imperatriz, "sem artifícios e sem cortinas de fumaça", informou. (ASCOM/PMI)
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