O advogado e engenheiro João Meneses, que atuou na análise e produção dos laudos sobre o problema estrutural, informou que o lençol freático na região aumentou o volume das águas no subsolo, provocando danos nos alicerces de cerca de 152 imóveis, que atualmente sofrem com uma constante possibilidade de desabamento. "Há também um grande risco de contaminação das águas do lençol. Isso está causando danos ecológicos que afetam não somente os rios, mas também a cidade de Carolina, a economia de pequenas comunidades ribeirinhas e até outras cidades, como Imperatriz, que fica às margens", afirma Menezes.
Embora estudos de impactos ambientais e socioeconômicos tenham sido feitos pelo Consórcio Estreito de Energia, os processos indenizatórios, nesse caso, na cidade de Carolina, não foram suficientemente compensatórios para arcar com prejuízos causados aos donos dos imóveis, que até o presente momento cobram o cumprimento das determinações do contrato.
O advogado e candidato a deputado federal Antônio Torres, em visita a Carolina, no último dia 26, dedicou-se a ouvir os problemas locais e manifestou-se sobre a situação em defesa das pessoas afetadas. "É inadmissível que cidadãos estejam com suas propriedades e suas vidas em risco, sem o devido amparo por parte da empresa responsável. Eu conhecia o problema, mas conhecer ainda mais de perto me sensibilizou muito, e, agora, me sinto disposto a intervir e tentar discutir soluções judiciais e políticas para ajudar essas pessoas definitivamente. Inclusive, buscando a possibilidade de redução da tarifa de energia em todas as cidades que foram afetadas", disse Torres.
Na época, o Consórcio Estreito de Energia havia informado que o problema não havia sido sanado porque a administração municipal não havia cedido todos os documentos necessários para planejamento e realização das obras de saneamento nos locais afetados. E ainda, garantiram que, junto ao Ibama, iriam apresentar um guia delimitando áreas que estariam sujeitas ao problema apontando caminhos para resolvê-lo. Entretanto, muitas pessoas ainda continuam sem uma solução definitiva para o problema.
Torres, após ouvir os moradores, informou que os compromissos firmados em contrato pela empresa precisam ser cumpridos e que a Justiça deve estar atenta a isso, e não se ausentar da discussão. "Realmente é preocupante que um problema dessa dimensão ainda não tenha a devida atenção política e assessoria judicial. Eu, politicamente, pretendo intervir de modo a ajudar esses cidadãos. Porque agora, compreendo que uma barragem significa uma grande mudança, mas não necessariamente implica em melhoria de vida para essas pessoas, como vemos nesse caso. E são justamente elas que precisam ser assistidas e indenizadas devidamente, e eu, honestamente, espero que isso se cumpra. Me empenharei para resolver isso e não somente em Carolina, mas em todas as comunidades que sofreram com o impacto", finaliza Torres. (Assessoria)
Publicado em Política na Edição Nº 16226
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