A deputada Andréa Murad (PMDB) considera os ataques que vem recebendo dos deputados da base do governo uma estratégia para tentar desestabilizá-la como a principal voz de oposição na Assembleia Legislativa. "É retaliação por causa das constantes denúncias contra o governador Flávio Dino, principalmente colocando-me contra o presidente Humberto Coutinho e os deputados da Casa".

Andréa Murad afirmou que os embates têm sido intensos, mas não a farão recuar. A parlamentar ressalta que tem sido a única a apontar as falhas do governo e denunciar com dados consistentes. Voltou a citar Luiz Junior, chefe da Rede de Saúde da SES, que segundo ela "foi condenado pelo TCE por desvios de verbas públicas, mas nomeado no atual governo".
Outro caso destacado pela deputada são as supostas irregularidades que estariam presentes no edital de licitação para contratação das OS e OSCIPS, que, além das impugnações das empresas, também motivaram uma Ação Popular protocolada por ela contra o Governo do Estado, solicitando ainda anulação do processo licitatório.
Andréa Murad também falou do discurso que fez na tribuna nessa segunda-feira (6), quando citou deputados e membros do governo envolvidos em processos judiciais. "Ficaram muito sentidos quando eu falei sobre a Superintendência de Combate à Corrupção, inclusive querendo me colocar contra os colegas desta Casa. Só que eu sou correta, eu jogo limpo. Falo na frente o que penso, eu não jogo por trás, eu não tento fazer artimanhas e trapaças", disse.
Andréa Murad afirmou que a repercussão que seus discursos têm causado no parlamento fizeram o governo mirar como uma metralhadora para uma torre forte e enfatizou que os constantes ataques não a farão recuar e nem calar a sua voz para falar o que for preciso quanto aos descasos, ilegalidades e erros cometidos pelo Governo do Estado.
"Jogam pedra e quando se vai responder acham um crime e se acham muito injustiçados. Os deputados do atual governo chamam todos os dias de criminosos os gestores do ex-governo. Falam as piores barbaridades, sem respeito", disse.
Explicações - Andréa Murad também pediu que o deputado Rogério Cafeteira, líder do governo, esclareça a verdade sobre as denúncias que ela leva à tribuna. "E como quem cala consente, a única saída de Vossas Excelências é mudar de assunto e começar a me metralhar. Só que precisam antes de fazer isso cumprir direito o seu papel, que é defender o governo", disse Andréa.
A deputada falou ainda que não faz parte do seu perfil atacar qualquer deputado e muito menos criar debates pessoais, mas não irá permitir que seja intimidada ou ameaçada a se calar a mando do governo, como fez essa semana com uma 'sequência de bombardeios' por parte dos deputados da base aliada do governo.
"Entendam que o  meu papel de oposição também é válido. Precisa haver a oposição, precisa existir a voz da oposição, é legítimo. Se não existir a oposição, o que vai ser? E o que cobro é que o governo trabalhe. Não tenho absolutamente nada contra nenhum deputado desta Casa, e não vou servir agora como uma deputada que fica defenestrando os colegas, mas quando tiver algo errado, me perdoem, mas vou falar", afirmou.
Finalizando, disse que apenas cumpre o seu trabalho. "E que seja a quem for, seja a quem quer que seja, eu vou falar aquilo que eu penso. Vou continuar como sempre fiz desde o início, nem que fique sozinha na luta, mas vou continuar batalhando por aquilo em que acredito. Então, os embates continuarão, os quais eu espero que sejam positivos para o Estado".