O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou a afirmar ontem (10) que a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff não é um golpe. Segundo o governador, o processo é algo previsto na Constituição do país. Alckmin disse ainda que o PT é um dos partidos que mais solicitou a abertura de pedidos de impedimento de presidentes.
"Eu vejo muita gente falando de golpe. Não, impeachment não é golpe. Aliás, o PT era o rei do impeachment, porque entrou com pedido de impeachment contra o Collor, contra o Itamar Franco e contra o Fernando Henrique. Só não entrou contra o Lula porque era do PT. Então, não. O impeachment é previsto na Constituição brasileira".
Ao ser perguntado se é a favor do impeachment, o governador respondeu que o tema precisa ser debatido. "Eu acho que precisa ser discutido. Não sou jurista, mas acho que esse é um dever do Congresso analisá-lo".
A declaração foi dada aos jornalistas logo após uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) para a homologação de um acordo sobre gestão compartilhada da bacia do Rio Paraíba do Sul pelos governos do Rio de Janeiro, de São Paulo e Minas Gerais e a União.
Eduardo Cunha - O governador foi questionado também se o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deveria ser afastado do cargo. "Esse é um assunto interno da Câmara. Eu fui deputado federal e quando fui, dois deputados perderam o mandato por falta. Aliás, um de São Paulo e outro de Minas Gerais", contou.
Alckmin foi perguntado sobre a decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do STF, que suspendeu a tramitação do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff até a próxima semana. Na quarta-feira (16), o plenário da Corte deverá julgar pedido de liminar do PCdoB sobre a constitucionalidade da Lei 1.079/50, que regulamentou as normas do processo e julgamento do impeachment. A decisão do ministro impede a Câmara dos Deputados de instalar a comissão especial do impeachment até o Supremo se manifestar sobre a validade da lei. Em relação ao tema, o governador paulista argumentou que é preciso aguardar a resposta da Corte. (Agência Brasil)
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