Um dos maiores polos em produção agropecuária do estado, a Região Tocantina vem recebendo maior atenção e valorização da gestão estadual, com políticas públicas lideradas pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima). Em meio a essa nova dinâmica, o secretário da Sagrima, Márcio Honaiser, fala sobre as ações que já estão em andamento, do Sistema Estadual de Produção e Abastecimento (SEPAB), além do trabalho do governo voltado para a atração de agroinvestimentos.
Como o governo vem incentivando a produção agropecuária do estado?
No ano passado, o governador Flávio Dino lançou o programa Mais Produção, que é executado pelas secretarias componentes do Sistema Estadual de Produção e Abastecimento (Sagrima, SAF, Setres, Sedes e Seinc). Esse programa prioriza dez cadeias produtivas. São R$ 62 milhões em investimentos no setor produtivo, contemplando mais de 5 mil propriedades em 111 municípios com Unidades de Referência de Produção (URPs), assistência técnica e extensão rural (ATER), capacitação técnica e de gestão, aquisição de equipamentos, recuperação de estradas vicinais para escoamento da produção e outras medidas aplicadas especificamente a cada cadeia, contemplando as etapas de produção, beneficiamento e processamento, agroindustrialização, distribuição e comercialização dos produtos.
No caso da Região Tocantina, o leite é um dos destaques. De que forma essa cadeia produtiva vem sendo trabalhada?
Para fortalecer a cadeia do leite, por meio do Mais Produção, vamos promover a capacitação de técnicos e produtores rurais, utilizando a tecnologia do programa Balde Cheio. Vamos atender, inicialmente, 500 propriedades nas regiões Tocantina e Médio Mearim. As equipes da Sagrima e da Sefaz vêm trabalhando em conjunto a revisão tributária do setor secundário, para torná-lo mais competitivo. Além disso, vamos promover o melhoramento genético no gado leiteiro, aquisição de equipamentos, aumentar o alcance do Programa do Leite e realizar um esforço conjunto de valorização dos produtos maranhenses, para que possam conquistar maior fatia de mercado.
E a nossa bovinocultura?
No caso da cadeia da carne e couro, vamos implantar Unidades Integradas de Lavoura e Pecuária na região, para difundir essas tecnologias aos produtores, que estão sendo selecionadas por meio de chamada pública. As Rodadas de Negócios do Programa Mais Produtivo já estão sendo realizadas, aproximando os produtores de compradores e empresas exportadoras e será feita a pavimentação do acesso e implantação de energia trifásica nas áreas de cortumes da região, entre outras ações que vão contemplar principalmente a Região Tocantina, pelo tamanho de seu rebanho.
O Maranhão começou recentemente a exportar bois vivos para o mercado internacional. Quais são as vantagens desse novo negócio para os produtores maranhenses?
Após os primeiros embarques de carga viva realizados no ano passado, em razão de uma contingência do Porto de Vila do Conde, no Pará, o Governo do Estado iniciou estudos de viabilidade desse tipo de exportação para beneficiar o produtor maranhense e vem intermediando diálogos entre empresas interessadas em exportar e os produtores, por meio de rodadas de negócios. Desde o primeiro embarque de gado maranhense, mais de 11 mil cabeças já foram exportadas para o Líbano, gerando recursos na ordem de R$ 42 milhões para pequenos e médios produtores do Maranhão, só nos primeiros quatro meses de 2016. É um mercado bastante promissor. A carne processada agrega valor e gera emprego e renda, mas há, também, um nicho de mercado para o boi vivo. O Maranhão hoje está criando mais essa oportunidade aos nossos criadores. Temos 7,8 milhões de cabeças de gado e é possível um equilíbrio entre consumo interno e exportação para outros estados e países. E agora, com a inclusão do Maranhão entre os estados autorizados a fornecer à União Europeia (UE) carne bovina para a fabricação de produtos industrializados, esse negócio só tende a crescer. O Porto vem se adequando para o embarque de contêineres refrigerados que permitirão, também, a exportação de carne processada, assim poderemos atender às duas demandas.
No início deste mês, o governo assinou um convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar. Em que essa parceria vai beneficiar os produtores?
Como diz o governador Flávio Dino, quando se fala em produção, não é gasto, é investimento. Por isso, o convênio que assinamos há duas semanas com o Senar é um investimento da ordem de R$ 4 milhões em capacitação. A equipe do Senar atuará em diversas regiões, com foco em cinco das dez cadeias produtivas prioritárias do Programa Mais Produção: hortifruticultura, leite e derivados, carne e couro, arroz e aquicultura. O trabalho se inicia em julho e vai beneficiar 1550 propriedades com assistência técnica e em gestão. É fundamental esse trabalho dos técnicos do Senar, indo às propriedades, fazendo diagnóstico, plano estratégico e dando assistência, acompanhando a melhoria da produtividade. Esse acompanhamento de perto pelos técnicos nas propriedades maranhenses vai, com certeza, melhorar a nossa produção. Com todas essas ações e projetos sendo pensados e executados, o Maranhão vai produzir cada vez mais riquezas e oportunidades.
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