A investigação da Delegacia de Combate à Corrupção (SECCOR) aponta que o tenente-coronel Eriverton Nunes se encontrou em uma casa com o ex-vice-prefeito da cidade de São Mateus, Rogério Garcia, horas antes da operação que descobriu um depósito cheio de mercadorias em São Luís que, segundo a polícia, seriam fruto de contrabando. Ambos estão presos por suspeita de participação em uma quadrilha de contrabandistas no Maranhão.
Na decisão do pedido de prisão preventiva do oficial da Polícia Militar, os delegados que acompanham o caso disseram à justiça que imagens das câmeras de segurança do condomínio mostraram que Eriverton Nunes e Rogério Sousa Garcia tiveram uma conversa antes da primeira fase da operação e que durou cerca de uma hora.
Além de Eriverton Nunes e Rogério Sousa, estão presos o ex-superintendente de investigações criminais da Polícia Civil, delegado Thiago Bardal, e o major Luciano Rangel, que era subcomandante do 21º Batalhão de Polícia Militar. Até agora 16 pessoas estão presas por suspeita de contrabandear bebidas e cigarros.
Segundo as investigações, o major recebia cerca de 50 mil reais por mês para garantir a segurança do transporte dos caminhões dos portos até os depósitos. Para fazer este trabalho, a Delegacia de Combate à Corrupção diz que o militar usava a estrutura da polícia.
O grupo, que contava com a participação de outros quatro PMs, ficava à disposição da quadrilha e usava as viaturas do 21º batalhão, sendo conhecido como “quarteto do Rangel” ou “veladinho” - uma alusão ao serviço velado, que faz o trabalho de inteligência da PM.
Outro oficial responsável pela segurança das cargas seria o coronel Reinaldo Elias Francalanci, que foi preso no dia 3 de março. Segundo a Delegacia de Combate à Corrupção, o caminhão encontrado no fim de fevereiro, na zona rural de São Luís, havia sido abordado por militares que investigavam o desvio de cargas, mas na hora da abordagem o motorista ligou para o coronel Francalanci, que determinou a liberação da carga.
A Polícia Civil diz também que, além da região metropolitana de São Luís, a quadrilha agia nas cidades de Icatu, São Mateus, Miranda do Norte e Bacabal.
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