Assaltantes de bancos e caixas eletrônicos presos pelas Polícias Civil e Militar

Fruto do trabalho de inteligência policial e, na maioria das vezes, da ação rápida e eficaz das polícias, em diversas cidades do Maranhão, o Sistema de Segurança Pública já tirou de circulação, só este ano, nove quadrilhas especializadas em arrombamento, saidinhas bancárias, explosão de caixas eletrônicos e assaltos a bancos. As polícias Civil e Militar têm intensificado o trabalho para combater a prática desse tipo de crime dentro do estado e também nas cidades vizinhas.
Um levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP) aponta que foram presas, somente de janeiro a maio deste ano, 43 pessoas envolvidas com este tipo de crime. Apenas no mês de março de 2012, três grupos interestaduais que praticavam estas ações criminosas foram desarticulados.
O secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, destacou a política de combate a essa prática criminosa no Maranhão, implantada no estado na atual gestão. “Temos intensificado nossas ações em combate a assaltos a bancos e arrombamentos de caixas eletrônicos em todo o estado. E isso se deve graças ao empenho das polícias Civil e Militar, com nosso aparato de inteligência, a troca de informações com os sistemas de Segurança de outros estados e com as Polícias Federal e Rodoviária Federal”, disse Aluísio Mendes, ressaltando que o Sistema de Segurança continuará trabalhando para evitar que estes crimes aconteçam no estado.

Assaltos
A SSP esclarece que, em 2012, foram registradas apenas duas ocorrências de assaltos a bancos no Maranhão, ocorridas no município de Carolina, no dia 30 de março, já totalmente elucidado, e mais recentemente, no 09, em Santa Helena, e não 50 assaltos, conforme foi divulgado pelo Sindicato dos Bancários.
Nestes dois casos de assaltos a bancos registrados este ano, em Carolina, três dos envolvidos tombaram em confronto com as forças policiais; quatro foram identificados e presos, sendo que um deles, Cássio Aurélio da Silva Macedo, preso por investigadores da Polícia Civil, em Imperatriz, na tarde do dia 14. No segundo, ocorrido na cidade de Santa Helena, a Polícia garantiu que já foram identificados os assaltantes e continua as buscas com equipes do Departamento de Combate a Assaltos a Instituições Financeiras da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), o Grupo Tático Aéreo (GTA) e as Polícias Civil e Militar de toda a região, e é apenas questão de tempo a prisão dos assaltantes.
Somados os números dos últimos três anos, de acordo com a Seic, chegam a cerca de 30 bandos presos. Em 2010, quando os trabalhos para combater esta prática criminosa começaram a receber incrementos e investimentos, foram presas inicialmente três quadrilhas. No ano seguinte, os números subiram para nove quadrilhas identificadas e desbaratadas. Estes números representam os grupos que praticavam a modalidade conhecida como “Vapor” ou “Novo Cangaço”. Os dados mostram, ainda, que em 2008 houve 17 assaltos contra 14 ocorrências em 2009. Já em 2010 e 2011 foram registradas apenas cinco ocorrências em cada ano.
Para a delegada geral da Polícia Civil, Maria Cristina de Menezes, “a rapidez no atendimento policial aliado aos trabalhos de investigação tem sido essenciais para que a polícia consiga elucidar a maioria dos casos, como também impedir que outras ações criminosas venham a acontecer”. Ela destacou o trabalho realizado pelos delegados, investigadores e toda equipe da Polícia Civil, que tem sido responsável pela queda no número de casos registrados no Maranhão.
O superintendente da Seic, delegado de Polícia Civil, Augusto Barros, falou que nesses últimos anos, a polícia conseguiu reduzir em mais de 72% o roubo a bancos, no estado, tornando-se, inclusive, referência para outras unidades.

Arrombamentos
Em relação aos arrombamentos de Terminais de Auto-Atendimento (TAA), três quadrilhas de caixeiros, denominação dada àqueles que praticam roubos a caixas eletrônicos e explodem durante a ação, já foram desarticuladas este ano. Uma delas envolvida com os arrombamentos do Banco do Brasil do Távola Center, da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB) e do Banco Santander da Faculdade Fama. Nesta ação foram presos seis homens e apreendidos maçaricos, dinheiro queimado, fruto do roubo, entre outros equipamentos utilizados para explodir os caixas. O segundo grupo foi detido, um dia após ter cometido um roubo no município de Pio XII.
“Tínhamos índices muito altos de assaltos a bancos aqui no estado, porém começamos a implantar, a partir de 2010, uma política de segurança para coibir estas ações criminosas. Temos investido na aquisição de equipamentos, materiais, veículos e todo aparato tecnológico de inteligência para dotar as polícias de todas as condições adequadas de trabalho. Essas medidas tiraram o Maranhão da zona de risco. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) tinha cessado a instalação de qualquer agência no Maranhão, atualmente esta realidade mudou com a redução dos assaltos e prisão dos criminosos, e atualmente o estado tem avançado bastante”, comentou o secretário de Segurança, Aluísio Mendes, garantindo que todas as quadrilhas que optam em escolher o Maranhão para realizar a prática criminosa não ficam impunes.
O comandante geral da Polícia Militar, Coronel Franklin Pacheco, informou que os policiais têm feito constantes barreiras de abordagens e revistas, intensificando os trabalhos e operações em diversos trechos nas rodovias que cortam o estado. “Em alguns pontos, temos feito levantamentos, buscando informações e acompanhando a movimentação de criminosos, a maioria deles que vem de outros estados. Com estas ações, temos conseguido tirar vários bandidos de circulação”, citou.

Reconhecimento
Como reconhecimento do trabalho que as polícias têm feito para garantir a segurança das movimentações bancárias, o Banco do Brasil enviou um documento, no dia 30 de abril, ao secretário de Segurança reconhecendo os resultados positivos obtidos e a redução no número de assaltos àquela entidade.
O documento deixa claro o agradecimento da instituição financeira ao Sistema de Segurança e afirma acreditar na total elucidação e prisão dos envolvidos. “Destacamos os trabalhos de diligências policiais para o combate às ações delituosas - arrombamentos de TAA nos primeiros meses deste ano, conforme amplamente noticiado na imprensa e enaltecemos as ações levadas a efeito na condução das ocorrências de assalto/arrombamento nas agências de Carolina e Vitória do Mearim”, dizia um dos trechos do oficio assinado pelo superintendente do Banco do Brasil no Maranhão, Maélcio Soares, e pelo diretor de Gestão e Segurança do BB, Plácido Batista.

Repressão
Além das medidas no policiamento ostensivo, a Secretaria de Segurança investiu, ainda, no aperfeiçoamento e treinamento dos policiais; compra de novos armamentos; utilização de novas e modernas tecnologias. Outras medidas como melhora nas condições gerais de investigação, como características físicas, conduta pessoal no falar e na maneira de agir durante a ação criminosa, coleta de estojos, gravação de imagens das agências e de particulares, ampliação do rol de testemunhas e, ainda, rastreamento via GPS tem contribuído na elucidação dos assaltos.
A SSP buscou também estreitar os contatos com as agências bancárias, que passam a informar a movimentação financeira, o que possibilita com que as forças policiais montem esquemas de segurança e saturem as áreas, diminuindo a possibilidade de ocorrências desta natureza. Como também o uso da tecnologia que permite ao sistema de segurança maior mobilidade e precisão das informações.
“Passamos com o tempo a adquirir também o vocabulário e o modo de agir dos criminosos, isso serve para montar nossas ações e impedir que o assalto seja executado. Constatamos, ainda, que a ação ostensiva pode no máximo atrasar a assalto, por isso deve haver uma ação para impedir que ela aconteça”, destacou o superintendente da Seic, delegado Augusto Barros.

Quadrilhas interestaduais
“Grande parte desses criminosos presos são naturais de outros estados, e a maioria já responde na Justiça também por assaltos a banco e outros crimes, como tráfico e homicídios. Estamos identificando e prendendo esses bandidos, e levando-os à Justiça”, citou o titular da Segurança no Maranhão.
Entre as inúmeras quadrilhas desarticuladas, grande parte comete este tipo de crime não só no Maranhão, mas também nos estados do Pará, Piauí, Ceará, Tocantins, Goiás e Mato Grosso. Em um dos casos, foi desarticulado em janeiro, um bando que tinha na lista criminais ações cometidas em pelo menos quatro estados da Região Nordeste. Com o terceiro grupo apresentado pela Secretaria de Segurança Pública, a Polícia apreendeu duas escopetas e três pistolas. Na quarta quadrilha, foram detidas 10 pessoas, em uma única ação. Este bando, segundo a Polícia Civil, também estava envolvido com tráfico de drogas.
Do trabalho que resultou na prisão da última quadrilha tirada de circulação, ocorrida no início deste mês, a Polícia recuperou dois Fuzis, sendo R15, calibre 556, e outro calibre 762. De acordo com a Seic, esta apreensão desestabiliza o crime organizado, pois, o aluguel do armamento custaria valores na ordem de R$ 25 mil. Além destes, foram apreendidas um escopeta e uma pistola. Com quatro destes grupos foram apreendidos veículos.

Mais prisões
As outras prisões foram de Martins Simão dos Santos, acusado de integrar uma quadrilha especializada em roubos a bancos. Ele estaria planejando assaltar a agência bancária da região. Já José Queiroz Gomes foi detido em Imperatriz, acusado de participação no assalto à agência bancária de Criciúma, em Santa Catarina. As duas prisões aconteceram em fevereiro. A terceira prisão aconteceu também em Imperatriz do foragido da justiça de Palmas, Zandonai Barbosa. Contra ele pesam crimes de assalto a bancos e porte ilegal de armas.