A Secretaria de Segurança Pública (SSP) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça (MJ), transferiram, na manhã desse sábado (24), Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, executor confesso do jornalista e blogueiro Décio Sá, para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ele embarcou em um voo comercial da Gol, por volta das 7h30, no Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado, no Tirirical.
A Operação Gladiador foi coordenada pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que enviou ao Maranhão três agentes penitenciários federais para acompanhar o traslado e escoltar o pistoleiro Jhonatan Sousa até a capital sul-mato-grossense. Os trabalhos tiveram o apoio de três equipes do Grupo Tático Aéreo (GTA) do Maranhão, uma da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) e uma da Polícia Federal (PF).
A transferência de Jhonatan foi solicitada pelo secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, ao Depen, por questões de segurança. O pistoleiro estava detido em uma carceragem da PF, no Bairro da Cohama. “Fizemos o pedido ao Depen para garantir a segurança e preservar a vida do executor, e fomos prontamente atendidos. A transferência é válida durante dois anos, podendo ser prorrogada de acordo com a necessidade”, destacou Aluísio Mendes.
Prisão
Jhonatan de Sousa Silva, executor confesso do jornalista Décio Sá, foi preso no dia 5 de junho em uma residência na rua General Artur Carvalho, no Bairro do Turu, durante investigações da Seic. Na ocasião, ele portava 10 quilos de crack, prontos para serem distribuídos e comercializados, além de duas armas, sendo uma escopeta calibre 12 e uma pistola ponto 40, e outros materiais.
Ele é natural da cidade de Xinguara, no Pará, e responsável pela autoria de pelo menos outros 20 crimes. O acusado responde, também, por tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte ilegal de arma de uso restrito.
Inquérito
O relatório final da investigação da morte do jornalista Décio Sá foi remetido pela Polícia Civil à Justiça do Maranhão no último dia 17. Ao todo, o inquérito consta de oito volumes com 1.970 páginas de informações, contendo ainda 23 anexos adicionais ao texto principal, entregues à Secretaria Judicial, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Desembargador Sarney Costa.
No total, 13 pessoas foram indiciadas, nove mandados de prisão expedidos e seis cumpridos. Segundo a comissão de delegados que investigou o caso, que durou 115 dias, a contar da data do assassinato no dia 23 de abril, foram ouvidas um total de 102 pessoas, sendo que algumas participaram de duas ou três oitivas e várias acareações.
No decorrer das investigações, 52 diligências com ordem de missão oficial foram cumpridas, inclusive, em outros estados, como Pará, Piauí, Minas Gerais, Ceará e Espírito Santo, para o colhimento de comprovações técnicas e materiais do caso.
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