Um trabalho da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), em conjunto com o Serviço de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança (SSP) resultou na prisão de mais um envolvimento na morte do jornalista Décio Sá, ocorrido em abril deste ano. Marcos Bruno Silva de Oliveira, 28 anos, natural de Bacabal, é apontado pelas investigações como o condutor da moto que deu fuga ao executor de Décio, Jhonatan Silva, preso na Operação Detonando. Ele, que estava foragido desde a época do crime, completa o grupo composto por outras seis pessoas: Gláucio Alencar Pontes Carvalho, de 37 anos; José de Alencar Miranda de Carvalho, 72 (pai de Gláucio); José Raimundo Sales Chaves Júnior, o “Júnior Bolinha”; Fábio Aurélio do Lago e Silva, o “Buchecha”, 38; Aurélio Saraiva Silva; e o próprio executor Jhonathan.
Marcos Bruno é cunhado de um homem identificado apenas como “Chileano” e “Balão”, também suspeito de participação da organização criminosa. Ele foi apresentado, nesta sexta-feira (9), pelo secretário-adjunto de Inteligência e Assuntos Estratégicos, Laércio Costa, durante entrevista coletiva concedida à imprensa. Participaram ainda, a delegada geral de Polícia Civil, Maria Cristina Resende; o subdelegado geral, Marcos Affonso Junior; o superintendente estadual de Investigações Criminais, delegado Augusto Barros; e o delegado Alberto Wagner, da comissão que investigou a morte de Décio Sá
“Estávamos monitorando Marcos Bruno desde a morte do jornalista. Tínhamos informações que ele esteve na cidade de Mimoso, no Espírito Santo. Chegamos a montar dois cercos, com o apoio da Polícia Civil do Espírito Santo, mas, ele escapou. Sabendo que estávamos no encalço dele, ele foi para Parauapebas e Marabá, no Pará e de lá veio para São Luis, onde foi preso”, detalhou o secretário-adjunto Laércio Costa.
Marcos Bruno foi preso na quarta-feira (7), por policiais do Departamento de Combates a Crimes Cibernéticos, da Seic, em quarto de um hotel localizado na Avenida Litorânea. Ainda de acordo com Laércio Costa, em depoimento, Marcos Bruno confessou a participação no consórcio que programou a morte de Décio Sá e detalhou a participação de alguns componentes. Falou, ainda, sobre a morte de Fábio Brasil, em Teresina. A Polícia afirmou que o depoimento fecha alguns pontos que estavam em abertos, entre os quais, o valor ganho pelo condutor e o percurso feito pelo executor até a subida no morro. “Marcos Bruno foi muito contundente e detalhista no seu depoimento. Para transportar o executor, ele afirmou que ganhou RS 7 mil. Sobre a morte de Fabio Brasil, afirmou que apenas participou de uma reunião em que foi tramado o crime”, completou Laércio Costa. Os outros pontos foram apenas confirmados com o depoimento do condutor da moto.
Investigação
A delegada geral de Polícia Civil ressaltou o trabalho de continuação das investigações. “Estamos dando provas, mais uma vez, que a Polícia Civil do Maranhão sempre dá continuidade a todas as investigações. Não vamos descansar enquanto não prendermos todos os envolvimentos neste assassinato”, garantiu Cristina Meneses.
A polícia explicou, ainda, que foi a convite de Marcos Bruno que os outros integrantes do grupo se descolaram para São Luis. Marcos Bruno propôs que São Luis poderia ser um local para cometer este tipo de prática criminosa. A polícia montou campana durante dois dias próximo do hotel para confirmar que ele estava hospedado no local. Ao comprovar que se tratava do sétimo envolvimento no assassinato de Décio Sá, a equipe, coordenada pelo delegado Breno Galdino, deu ordem de prisão ao suspeito.
Crimes cibernéticos
O superintendente estadual de Investigações Criminais, delegado Augusto Barros, explicou que Marcos Bruno estava envolvido em crimes na internet. “Queríamos identificar o fluxo do Marcos Bruno e simultaneamente a sua prisão, deslocamos equipes para prender os outros envolvidos em uma casa no Cohafuma. No local, conseguimos apreender pela primeira vez uma máquina que fabrica a partir das plataformas dos cartões em branco, outros cartões de créditos. Além de outros equipamentos eletrônicos usados para falsificar os cartões”, contou o delegado. Marcos Bruno será encaminhado a uma Unidade Prisional, onde ficará a disposição da Justiça.
Publicado em Polícia na Edição Nº 14551
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