A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) divulgou, no domingo (27), no site oficial do órgão, que foram registradas, até a data da divulgação, 1.000 mortes violentas em 2015 na Região Metropolitana de São Luís.
Segundo o órgão, a informação é baseada em relatório sobre a violência produzido pela SMDH a partir do monitoramento dos veículos de comunicação e de dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-MA).
A conselheira Joisiane Gamba explica que o número representa “quase três vítimas fatais de crimes violentos por dia”.
Aproximadamente 77% das ocorrências são homicídios dolosos. O relatório também contabiliza casos de latrocínio, lesão corporal seguida de morte, homicídios decorrentes de intervenção policial, dentre outras situações.
“Destas mortes, 20,8% são pessoas entre 10 a 19 anos, e estes são dados apenas da Grande São Luís. Todos nós estamos chamados a intervir, a nos indignarmos, a trocarmos a tranquilidade dos condomínios fechados, a deixarmos de nos proteger atrás dos muros, [apenas] vendo nossa cidade se deteriorar, a nossa juventude ser morta e a população jovem e negra ser exterminada”, observa.
Em declaração à SMDH, o promotor da Infância e Juventude de São Luís, Márcio Thadeu Silva Marques, comentou os dados. “A juventude negra tem sido a maior vítima da violência letal. Isso demonstra que o poder público não cumpre a política de prevenção dessa forma de violação de direitos, como determina o Estatuto da Igualdade Racial”, declara.
Jovens negros
Outro levantamento divulgado em maio deste ano pela SMDH mostra que 7.190 jovens com idades entre 15 e 29 anos foram assassinados no período entre 2000 e 2012, no Maranhão. O estudo mostra que, do total, 87% eram negros. No período, a taxa de homicídios do grupo (jovens de raça negra) cresceu 192,1% no Estado maranhense.
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