Os ex-policiais Smailly e Abreu levados a julgamento
Pessoas formaram fila para entrar no Fórum
Manifestação momentos antes do início do júri
Marinalva Paiva, mãe da vítima

Presidido pela juíza Suely de Oliveira Santos Feitosa, titular da 2ª Vara Criminal da Comarca de Imperatriz, foi iniciado nessa terça-feira (24), às 9 horas, no salão do júri do Fórum Henrique de La Rocque Almeida, o julgamento dos ex-policiais militares Smailly Araújo da Silva e Antonio Ribeiro Abreu.
Os dois policiais respondem por sequestro, cárcere privado, homicídio e ocultação de cadáver de Ivanildo Paiva Barbosa Júnior, tipificados nos artigos 121§ 2º, I, II, IV, e 211c/c com o artigo 69, todos do Código Penal Brasileiro.
O Tribunal do Júri foi composto por quatro mulheres e três homens. Na acusação os representantes do Ministério Público Joaquim Ribeiro de Sousa Júnior e Reginaldo Júnior de Carvalho. Como assistente do Ministério Público, a advogada Radige Rodrigues Barbosa. Na defesa, os advogados Eduardo Faustino Lima Sá e Apolo Lima Sá, ambos de Teresina-PI.
Pela manhã, foram ouvidas todas as testemunhas, entre elas os delegados Jefrey de Paula Furtado, na ocasião titular da Delegacia do 1º Distrito Policial, que presidiu o inquérito que apurou e elucidou o caso, e Vital Rodrigues de Carvalho, que era o titular da 10ª Delegacia Regional de Imperatriz na época do crime.
Uma das testemunhas ouvidas foi o pagodeiro Claudionor Ferreira dos Santos, o único acusado de envolvimento no crime até agora julgado e condenado a 18 anos de reclusão. Claudinho, como também é conhecido, confirmou tudo o que já havia dito em depoimentos anteriores, tanto na polícia como em juízo.
Os dois policiais, quando inquiridos pela juíza Suely Feitosa, jogaram a culpa do crime toda em Claudinho.
O promotor Joaquim Ribeiro de Souza Júnior admitiu que o crime possa ter um mandante.
Rigoroso - O sistema de segurança nesse julgamento está rigoroso. As pessoas tiveram de se credenciar para adentrarem no salão do júri.
Jornalistas só puderam entrar na sala sem as câmaras e as máquinas fotográficas. Não foi permitida pela juíza Suely Feitosa qualquer imagem de Smailly Araújo e Antonio Abreu feitas no salão de júri.
Para driblar os jornalistas, os dois policiais, que se encontravam presos no Presídio São Luís, do Complexo de Pedrinhas e considerado de segurança máxima, chegaram no Fórum Henrique de La Rocque por volta de 6 horas dessa terça-feira. Os ex-militares, que entraram pelos fundos do Fórum, estavam sendo escoltados por agentes do Grupo Especial de Operações Penitenciárias (GEOP), com apoio do pessoal da SEJAP em Imperatriz.
Por volta de 6h40, já era grande a presença de pessoas para assistir ao julgamento e uma grande fila havia sido formada. As pessoas receberam credenciais para entrar no salão do júri.
Manifestações - Em frente ao Fórum, foram realizadas manifestações pedindo justiça. Em uma dessas manifestações, as pessoas portavam cartazes pedindo justiça para o caso do acidente entre um Camaro e um táxi ocorrido na semana passada.
No acidente, morreram o taxista Carlos Fernando da Silva Sousa e o segurança Francisco Wilson Bezerra da Silva, passageiro do táxi. Com várias fraturas ficou o condutor do Camaro, Róbson Cruz.
Previsão de término - A previsão de término do julgamento de Smailly e Abreu era para a madrugada desta quarta-feira. Os representantes do Ministério Público iniciaram o trabalho por volta de 16h30. Em seguida, seria a vez dos advogados de defesa e depois os debates.