Hemerson Pinto
Cruzamento das ruas Godofredo Viana e Fortunato Bandeira. Divisa dos bairros Centro, Nova Imperatriz e Beira-Rio. Um dos acessos à região chamada ‘parte velha’ da cidade, ao ‘curtume’, Praia do Meio e à Rua Floriano Peixoto. Esta última leva ao cemitério São João Batista, o primeiro de Imperatriz, e se transforma mais à frente em Avenida Newton Belo, começando na Nova Imperatriz, passando por bairros como Jardim São Francisco, Santa Inês, Novo Horizonte, Parque Independência, até ligar à Estrada do Arroz.
O encontro das duas vias que formam o cruzamento importante passou a receber um apelido nada agradável ainda este ano: ‘esquina da morte’, onde no mês de março três motociclistas morreram em acidentes de trânsito. Antes das mortes, a população já reclamava e alertava que o pior poderia acontecer. Após as fatalidades, os acidentes ‘simplesmente’ continuaram acontecendo, possibilitando registros de até três casos em um único dia. O último acidente, antes do encerramento da produção deste material, aconteceu na noite do último sábado, onde duas mulheres foram atropeladas por um veículo ao trafegarem em uma motocicleta.
“Já teve três acidentes num dia só e já teve três pessoas que morreram aí. Uma foi levada viva pro hospital, mas morreu e os outros morreram bem aqui, a gente olhando. Parece que ficou pior de um ano pra cá”, afirma o aposentado Lourenço. Morador da Rua Godofredo Viana, a cerca de 10m da esquina, seu Lourenço afirma ter guardado em casa várias motocicletas envolvidas em acidentes no local. “Hoje não guardo mais, porque da última vez fui acordado de madrugada por dois homens dizendo que tinham vindo buscar a moto, mas sei que eles não eram nem parente do dono. Foi estranho o jeito que eles falaram. Eu disse que a polícia tinha levado e eles nem responderam mais”, conta.
Moradora do Centro, Maria de Lurdes é funcionária de uma empresa na Avenida Bernardo Sayão. Todos os dias passa pelo menos duas vezes pelo cruzamento e em uma delas quase foi acidentada. “Eu vinha pela Fortunato, é o trajeto de quem sai da Bernardo Sayão para este sentido. Vinha tranquila por estar na preferencial. Quando me assustei foi o carro na Godofredo que não parou. Ele também não freou, mas deu tempo de minha moto passar. Quase”, lembra. Deste dia em diante, Maria alerta que não é confiável acreditar em preferenciais.
Como fez Maria, faz a maioria dos condutores que trafegam pela Rua Fortunato Bandeira, sentido Rio Tocantins. As placas de PARE ordenam a parada de quem trafegava na Rua Godofredo Viana, tanto sentido Centro (vindo da Floriano Peixoto) quanto sentido Nova Imperatriz (vindo do Centro). Que confia arrisca a vida, pois em todos os acidentes registrados no local, segundo moradores, alguém não respeitou a preferência.
Ainda na Rua Godofredo Viana (Centro/Nova Imperatriz) existe mais dois tipos de sinalização: faixa de pedestres e redutores de velocidades, as famosas tartarugas. A placa de PARE fica pendurada em um poste a poucos metros do cruzamento, a faixa de pedestres está quase apagada e os redutores de velocidades já não estão completos. Será esse um dos motivos dos acidentes no local?
“Enquanto não se tomar providências vai continuar acontecendo. Colocaram uma placa num local inadequado, existe avanço de preferencial, tem que ser feito um quebra molas, na minha opinião”, diz o locutor Gilson Brito, morador das proximidades.
O secretário de Trânsito de Imperatriz, José Ribamar, declara que mesmo em locais sinalizados e onde os condutores costumam avançar a preferencial é comum a responsabilidade de acidentes de trânsito ser atribuída ao poder público. O secretário reconheceu que a faixa de pedestres, que fica em frente a uma escola, está se apagando e que as ‘tartarugas’ estão desgastadas. Segundo José Ribamar, a Setran esteve no local analisando a situação, e em breve a sinalização será recuperada, e reforçada com mais redutores de velocidades.
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