Diego da Costa Monteiro e Márcio Roberto Gonçalves Furtado foram presos acusados de integrar quadrilha especializada em clonar cartões
Máquinas apreendidas em poder dos acusados

Em mais uma ação de combate ao crime no Maranhão, a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) prendeu, na noite de quarta-feira (28), uma dupla suspeita de integrar uma quadrilha especializada em clonagem de cartões.
A fraude, segundo a Polícia, era cometida no momento em que o cliente ao efetuar o pagamento nos estabelecimentos comerciais tinha o número do cartão, senha e dados pessoais clonados. O grupo tem a parte intelectual no Estado de São Paulo. A quadrilha pode ter feito centenas de vítimas em São Luís, de acordo com a Polícia.
Diego da Costa Monteiro, 22 anos, natural de São Caetano do Sul-SP, e Márcio Roberto Gonçalves Furtado, 26, maranhense, foram surpreendidos pelas equipes policias enquanto se deslocavam ao hotel onde estavam hospedados, localizados na Avenida Litorânea. Os dois homens foram apresentados pelo secretário de Estado de Segurança Pública, Aluísio Mendes.
Presentes, ainda, o secretário-adjunto de Inteligência e Assuntos Estratégicos, Laércio Costa; a delegada geral de Polícia Civil, Maria Cistina Resende; o superintendente Estadual de Investigações Criminais, delegado Augusto Barros, e o delegado responsável pelas prisões, Agnaldo Timóteo.
“Eles compõem um grupo que tem o cérebro em São Paulo. Já estamos trocando informações com a Polícia paulista para que possamos efetuar a prisão dos outros envolvidos lá. Com a prisão da dupla, temos uma prova clara que os criminosos utilizam a tecnologia para praticar ações delituosas, porém estamos preparados para desbaratar qualquer quadrilha que escolher o Maranhão para se instalar”, afirmou o secretário de Segurança.
As investigações apontaram que a dupla para aplicar o golpe se passava por funcionários de uma empresa de manutenção de máquinas. Ao chegar aos estabelecimentos, a dupla apresentava uma Ordem de Serviço falsa determinando a manutenção dos equipamentos que fazem leitora dos cartões. “Ao conseguir a autorização, os criminosos fingindo consertar o equipamento, realizavam a troca do que estava em perfeito estado por um adulterado e que fazia a cópia para um cartão de memória”, explicou o delegado Augusto Barros, superintendente da Seic.
A Polícia descobriu, ainda, que após alguns dias a dupla retornava ao estabelecimento e retirava o cartão de memória. Nesse momento, os dados eram gravados em um notebook e enviados para o restante da quadrilha em São Paulo. O delegado Augusto Barros contou que funcionários de uma grande empresa varejista na capital suspeitaram da atitude da dupla e acionaram a Polícia. O grupo foi preso enquanto retornava ao hotel na Avenida Litorânea.
“Sabemos que pelo menos duas pessoas recebiam estes dados lá em São Paulo. Já estamos em poder do computador utilizado para enviar estas informações e enviá-las a São Paulo. Só após a perícia poderemos saber ao certo quantas pessoas foram vítimas aqui em São Luís”, contou o delegado Agnaldo Timóteo.
Na primeira ação, com a dupla, a polícia encontrou no quarto do hotel 13 máquinas leitoras de cartão Pimpede; documentos falsos em nome de empresas prestadoras de manutenção, notebooks, celulares. Já durante a tarde, dando continuação aos trabalhos de investigação, a polícia descobriu outro ponto, uma residência que também era mantida pela dupla, onde foram encontradas mais trinta máquinas, todas com suspeitas de também já estarem com o dispositivo para gravar os dados pessoais das vítimas.
Todo o material será periciado pelo Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim). Eles foram autuados por formação de quadrilha, furto mediante fraude com uso de confiança e violação de dados. A dupla permanecerá detida à disposição da Justiça.
“Continuaremos a investigar se os documentos apresentados pela dupla são de fato deles. Porém, alguns cuidados precisam ser sempre tomados, tanto os proprietários como os clientes precisam ficar atento no momento de passar o cartão no débito e crédito” alertou a delegada geral de Polícia Civil.