O delegado regional da Polícia Civil de Araguaína, Emerson Francisco de Moura, disse nesta terça-feira, 26, que a possível rixa entre membros de uma família, ou clã cigano, que resultou na chacina de cinco pessoas na BR-153, próximo a Wanderlândia, já teria provocado outras mortes em Goiás.
“A princípio seria realmente uma briga familiar de ciganos. Eles têm regras próprias, diferentes das nossas regras, e tem um código entre eles, que é dente por dente, olho por olho. Então, essas não são as primeiras mortes dessa família, há outras situações, inclusive no Estado de Goiás, onde culminou também com homicídios”, contou o delegado, que é um dos responsáveis pelo caso.
Segundo informações preliminares levantadas pela Polícia Civil, as pessoas que atacaram a família estavam de carro. “Provavelmente, em torno de três pessoas”, disse o delegado. Emerson não soube informar se uma das vítimas, que portava arma de fogo, reagiu aos disparos.
“A gente ainda não pode afirmar isso, mas estamos aguardando o laudo pericial que sairá daqui há dez dias. Eles vão apontar aproximadamente quantos disparos foram feitos, se foram feitos do veículo para fora ou só veio de fora para dentro. Então, todos os detalhes a gente têm que aguardar a conclusão”.
Sobreviventes - De acordo com o delegado, Liliane da Silva, e o filho Enzo Henrique, de 2 anos, que sobreviveram a chacina já saíram do Hospital Regional de Araguaína (HRA) e não estão mais na cidade. Ela tinha sido atingida por um tiro na perna esquerda e o menino teve apenas ferimentos leves.
Conforme disse à Polícia, Liliane da Silva se fingiu de morta para escapar e proteger o filho. A mulher tapou com as mãos a boca do garoto para que não fosse também alvejado pelos assassinos. Sobre como foi a ação dos atiradores, a “sobrevivente não soube dar muitos detalhes”, afirmou o delegado.
O caso - Na manhã desta segunda-feira, 25, cinco pessoas de uma mesma família foram assassinadas. São elas: Sidiney Pereira dos Santos, de 78 anos; Deuzenir Alves da Silva, de 60 anos, e os filhos dela, Wesley Alves da Silva, de 24 anos, e Alan da Silva, de 29 anos, que estava dirigindo o veículo. Um menino de cinco anos foi lançado para fora do carro e tinha marcas de tiro na cabeça.
Conforme Emerson Francisco de Moura, a família estava visitando parentes no Tocantins. As mortes ocorreram quando eles já se dirigiam de volta ao Maranhão, onde viviam possivelmente em Alto Alegre do Maranhão, apesar de serem de Goiás.
O delegado contou que Alan foi ameaçado de morte há cerca de dois anos e, a partir desta época, vinha fugindo. “As informações são que houve disparos e, após o capotamento, a execução. Porém, só a perícia é que vai determinar o que houve”, alertou o delegado.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia de Wanderlândia pela titular Simone Aparecida e pelo delegado Emerson Moura.
Comentários