O vigilante João José Nascimento Gomes assumiu a autoria do assassinato do advogado Brunno Eduardo Matos Soares, de 29 anos, morto a facadas no dia 6 de outubro após a festa de comemoração do senador eleito Roberto Rocha (PSB). O irmão dele, Alexandre Soares Matos, 25, e o amigo Kelvin Chiang, 26, ficaram feridos. Em entrevista à Rádio Mirante AM, o delegado Márcio Dominici informou que o inquérito já foi concluído e seria remetido à Justiça nessa quinta-feira (16).

No documento, o investigador afirma que o crime aconteceu após uma briga generalizada envolvendo as três vítimas: o vigilante João José Nascimento Gomes, o suspeito que já foi preso Carlos Humberto Marão Filho, 36, e o estudante universitário Diego Polary.
“As partes teriam ingerido bebida alcoólica e isso altera os ânimos. O Diego teria danificado o retrovisor do veículo das pessoas que estavam na festa, eles foram saber o porquê de ele ter feito isso e daí começou a discussão, uma troca de empurrões, começou uma briga e foi quando o vigia se aproximou com uma bicicleta, supostamente para intervir a favor do Marão, e desferiu os golpes de faca”, contou.
Segundo Dominici, o vigilante teria dito que não lembra a ordem dos fatos, mas afirma que foi ele quem desferiu os golpes de faca nas três vítimas e que se lembra de a arma ter ficado fincada nas costas de Kelvin. “Ele alega que saiu em defesa do Carlos Marão, que estaria sendo agredido. Tudo indica que, por conta de, supostamente, bebedeira entre os envolvidos, e do momento de desequilíbrio, houve a fatalidade”, revelou.
Marão teve a prisão em flagrante convertida para prisão preventiva e continua detido. “Nós temos vídeos de imagens de segurança que mostram que houve briga generalizada entre todos os envolvidos. O Marão, no próprio interrogatório, afirma que esteve na festa, participou e, por volta de 5h, quando deixou o local, encontrou um veículo na porta de sua residência, não teria gostado e a partir daí começou toda a confusão entre os envolvidos”, acrescentou.
Indiciamentos - Dominici esclareceu que o vigilante e Marão foram indiciados por homicídio e tentativa de homicídio, mas não deu detalhes sobre o indiciamento do estudante. Ele disse que o inquérito concluiu bem a participação do executor e do coautor, mas afirmou que há controvérsias quanto à participação de Polary.
“Ele [o vigia] reconheceu a faca como sendo dele, na delegacia, na presença de seu advogado, e afirmou que desferiu os golpes nas três vítimas, então ele foi indiciado como coautor executor. No caso do Marão, embora ele não seja o executor, não foi ele que propriamente matou, mas ele aderiu à condutor do executor. Enquanto [o vigia] golpeava, o Marão cometia agressões físicas. E o Diego foi indiciado, basicamente, por conta do autos de reconhecimento, essa análise que eu fiz no relatório final acerca do reconhecimento feito pelas vítimas. Eu faço uma análise subjetiva acerca do reconhecimento do Kelvin, quanto do Alexandre. Prefiro não falar aqui agora qual foi a minha análise. Ela vai ser objeto de análise pelo Judiciário”, garantiu.
O delegado explicou que será necessária a realização de uma acareação e uma reconstituição simulada para concluir melhor a participação do estudante. “Como há uma controvérsia entre o interrogatório do autor confesso e as declarações da vítimas, será necessário, provavelmente, que a gente faça não só uma acareação, como a reconstituição simulada dos fatos”, informa.
Dominici também afirmou que o inquérito pede uma série de medidas cautelares, mas não especificou quais. “Existe realmente cautelares solicitados no inquérito. O que eu posso adiantar é que o vigia já manifestou o desejo de se apresentar novamente para eventual cumprimento de prisão preventiva em face dos autos”, conclui.