Faixas anunciando a greve foram colocadas na manhã de ontem em frente à Regional de Polícia Civil

Em assembleia realizada na última sexta-feira (18), que terminou apenas por volta das 22 horas, os policiais civis decidiram pela retomada da paralisação da categoria por tempo indeterminado.

Os policiais estavam em estado de greve desde quarta-feira (15), mas por determinação do sindicado da categoria resolveram aguardar até as 18 horas de sexta-feira, tendo em vista as discussões. Entretanto, sindicato e governo não chegaram a um acordo e nesse sábado os policiais iniciaram as manifestações.
De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão (Sinpol-MA), no dia 8 o secretário de Governo, Antonio Nunes, informou que a proposta seria de 15%, parcelada em três anos, sendo 6% a partir deste mês e os outros 6% a partir de março de 2017 e, por fim, 3% em fevereiro de 2018, além de R$ 146,21 para a Gratificação de Dedicação Exclusiva, que seria incorporada no subsídio.
Após meses de negociação, os policiais rejeitaram a proposta apresentada pelo Governo do Estado. A greve se estende aos peritos oficiais, que também rejeitaram proposta do governo, em assembleia realizada no dia 9 deste mês.
“Estamos passando por uma situação vexatória e com o pior cenário que poderíamos imaginar para a Polícia Civil. Até aqui, participamos de 16 reuniões com os secretários para que agora nos fosse apresentado um valor que é vergonhoso apresentar para a categoria e que de imediato rejeitamos. Ano passado, o governador do estado tinha dito pessoalmente que manteria as negociações e que a Polícia Civil teria um reajuste condizente com a sua importância, no entanto o que vemos é a total falta de respeito para com os policiais, o que reafirma a falta de valorização com todo o grupo da Polícia Civil”, destaca Heleudo Moreira, presidente do Sinpol-MA.
Em Imperatriz, investigadores e escrivães reuniram-se no auditório Stênio Mendonça e definiram por aderir à greve. Só casos de flagrante delito, bem como crime contra o idoso, serão investigados. Marco Aurélio, delegado do Sinpol em Imperatriz, informou a O PROGRESSO que, conforme o que determina a lei de greve, 30% dos policiais e escrivães estarão à disposição da Delegacia Regional e farão os atendimentos.

Reivindicações

Os policiais, agentes e escrivães cobram a implantação do piso salarial correspondente a 60% dos vencimentos dos delegados, a revisão do Plano de Cargos e Carreiras, pagamento de risco de vida e insalubridade, melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

A propósito da decisão de agentes penitenciários e policiais civis de fazerem greve por questões salariais, o Governo do Maranhão esclarece:
1. Desde o início da atual gestão, estamos dando prioridade à recuperação do serviço público no Maranhão, com medidas como reajustes de vencimentos, de gratificações e auxílios; nomeação de novos servidores e realização de concursos e seletivos; promoções e progressões, etc. Além disso, iniciamos a construção do novo Hospital dos Servidores do Estado. Trata-se de processo progressivo, pois não é possível corrigir problemas de décadas em apenas um ano.
2. Esse processo de recuperação do serviço público é gravemente afetado pela crise econômica que vivemos, que inclusive está levando vários estados a atrasar o pagamento de suas folhas mensais, como o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Com uma gestão honesta, e que prioriza o investimento no serviço publico, felizmente, estamos mantendo os pagamentos do salário do funcionalismo no Maranhão rigorosamente em dia.
3. Nesse momento, algumas categorias de servidores, já beneficiadas por aumentos em 2015, fazem novas reivindicações de aumento. O Governo do Maranhão manteve intenso diálogo e apresentou proposta de acordos judiciais com ganhos concretos, a serem atendidos parceladamente para não destruir as finanças estaduais e resultar em atrasos dos pagamentos dos próprios servidores.
4. Mesmo diante desse esforço, lamentavelmente, essas categorias rejeitaram as propostas do governo e resolveram trilhar o caminho da greve. Greves ilegais e abusivas, pois afetam serviços essenciais à segurança e à vida das pessoas, como o Poder Judiciário tem decidido.
5. Diante disso, o Governo do Maranhão tomará todas as medidas previstas em lei para que a normalidade dos serviços essenciais seja restabelecida, em respeito aos 7 milhões de cidadãos e cidadãs maranhenses. Não é justo que a população seja prejudicada por greve abusiva e ilegal.
6. É hora de serenidade e bom senso. O governo reconhece que é necessário valorizar o conjunto do funcionalismo público, após décadas de desvalorização, e está trabalhando nesse sentido. Mas espera que haja no funcionalismo o bom senso de reconhecer que essa recuperação não é possível da noite para o dia, mas sim em um processo gradual .
7. Em respeito à população, solicitamos o fim da greve dos agentes penitenciários e policias civis, e assumimos o compromisso de manter o diálogo para debater, com franqueza e espírito construtivo, as reivindicações dessas categorias.