Jhonathan de Sousa Silva, executor de Décio Sá
Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Bochecha, suspeito de participar do crime
Glaucio Alencar é apontado como um dos mandantes do crime
José de Alencar Miranda Carvalho,também apontado como mandante
José Raimundo Chaves Junior, o Bolinha, 38 anos, acusado de intermediar as ações do crime
Secretário Aluísio Mendes e cúpula da Segurança durante entrevista coletiva

Em coletiva realizada na tarde dessa quarta-feira (13), no auditório da Secretaria de Segurança Pública, o secretário Aluísio Mendes deu detalhes sobre a investigação que levou à elucidação do assassinato do jornalista Décio Sá.
Segundo a polícia, o executor cobrou R$ 100 mil para matar o jornalista, mas desse valor só teria recebido R$ 20 mil, motivo pelo qual Jhonathan Sousa Silva, 24 anos, teria voltado a São Luís para tentar receber o restante do dinheiro.
A motivação do crime teria sido uma postagem no blog do jornalista sobre o assassinato do empresário Fábio Brasil, ocorrido em Teresina, no Piauí.
De acordo com o Aluísio Mendes, foi montado um consórcio formado por empresários com a participação de seus assessores e do subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Maranhão, capitão Fábio Aurélio Saraiva Silva. A arma utilizada no crime, uma pistola .40, teria sido emprestada pelo subcomandante.
Antes do início da coletiva, os envolvidos no assassinato do jornalista foram apresentados à imprensa. Trata-se de Jhonathan de Sousa Silva, 24 anos, apontado como executor do crime e que foi preso em São Luís, no bairro Turú; José de Alencar Miranda Carvalho, 72 anos, preso em uma casa no Calhau; Glaucio Alencar, 34 anos, preso em um prédio no bairro Ponta do Farol; Airton Martins Monrroe, 24 anos, preso no Terminal de Integração do São Cristovão; José Raimundo Chaves Junior, o Bolinha, 38 anos, preso no Jardim Eldorado; Fábio Aurélio do Lago e Silva, 32 anos, o Bochecha, preso na Chácara Brasil; Capitão Fábio Aurélio Saraiva Silva, subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Maranhão.
A “Operação Detonando”, como foi batizada, previa o cumprimento de oito mandados de prisão, dos quais apenas um ainda não havia sido cumprido. “Existe um mandado de prisão que ainda não foi cumprido. Essa pessoa foi identificada como sendo o condutor da motocicleta. Ele já foi identificado e sabemos a região da cidade onde ele está. Nossas equipes estão trabalhando no intuito de prendê-lo”, afirmou o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes.
Ainda segundo o secretário, os carros, documentos, cheques e notas de empenho de prefeituras maranhenses que foram apreendidos estão sendo periciados.
A família do jornalista também acompanhou a coletiva. Uma irmã de Décio Sá ficou muito emocionada no momento em que os suspeitos foram apresentados. Aos gritos de “assassino”, ela pedia justiça.

Investigação está
apenas começando

A delegada-geral da Polícia Civil, Cristina Meneses, informou que a investigação está apenas começando. Segundo a polícia, o consórcio que planejou a morte de Décio era uma organização criminosa que agia em vários ramos da sociedade maranhense. “As investigações começaram no assassinato do Décio Sá, mas agora vão continuar até essa quadrilha ser completamente desbaratada”, afirmou a delegada.
Aluísio Mendes informou que existem outras pessoas que fazem parte dessa investigação que ainda vão ser presas. “Pedimos a prisão de todos os que tínhamos indícios fortes. Mas vamos identificar outras pessoas envolvidas na organização criminosa. A investigação continua”, afirmou.

A assinatura

Segundo a polícia, Jhonathan Sousa Silva informou que já praticou pelo menos 20 homicídios. “Ele tinha uma característica nos crimes que cometia, uma espécie de assinatura. Todas as suas vítimas eram assassinadas com dois tiros na cabeça e dois no tórax”, informou Marcos Afonso Júnior, delegado-geral adjunto da Polícia Civil.
Jhonathan Sousa Silva também é apontado como o executor do empresário Fábio Brasil. O crime teve as mesmas características do assassinato de Décio Sá.

Como o crime
foi planejado

De acordo com a polícia, Jhonathan Sousa Silva monitorou o jornalista durante três ou quatro dias e o plano para assassinar Décio Sá foi elaborado em dois dias.
Jonathan Silva esperou o jornalista sair do Sistema Mirante e o acompanhou em uma motocicleta que estava sendo pilotada pelo único envolvido no crime que ainda não foi preso. Após cometer o crime, ele fugiu na moto que o esperava do outro lado da Avenida Litorânea. “Ele não ia subir a duna, só fez isso porque uma viatura da Polícia Militar que estava passando no local foi parada por populares. Ele ficou com medo de ser perseguido e decidiu descer da moto e fugir a pé. Na fuga, ele abandonou na duna uma camisa, o capacete, o carregador da arma e a sandália”, afirmou Marcos Afonso.