Indígena Kwatipuru Ka´apor foi morto a tiros próximo a Centro do Guilherme - Índios Ka´apor

A Polícia Civil do Maranhão (PCMA) descartou a hipótese de  que a morte do indígena Kwaxipuru Ka’apór, de 32 anos, tenha ligação com as invasões na Terra Indígena Alto Turiaçu, no noroeste do Maranhão. O indígena foi encontrado morto à beira de uma estrada na segunda-feira (3).

De acordo com a delegada Lícia Juliane Paiva, da delegacia de Zé Doca, o indígena teria se envolvido em uma briga com o suspeito de ter praticado o crime, em um bar na região. O homem já foi identificado pela polícia, mas segue foragido.
“O que se descobriu foi que essa vítima estava bebendo em um determinado local, estava um pouco embrigado e havia esse suspeito, que já está identificado, no local e que eles inciaram uma discussão. A discussão foi apaziguada por pessoas que estavam lá perto e em determinado momento, a vítima chamou esse indivíduo para irem em um canto fumar maconha. E quando eles saíram juntos, a vítima não retornou mais”, explicou a delegada.
As lideranças indígenas negam a versão apresentada pela polícia. Eles afirmam que o assassinato seria uma vingança de traficantes de drogas, já que dias antes do crime, Kwaxipuru teria encontrado uma plantação de maconha e teria destruído.
O cacique Irakadju Ka’apór pede que a investigação seja realizada em nível federal. O líder alega que a terra indígena continua sendo invadida e o local tem sido alvo de caçadores, garimpeiros e traficantes.
“E por isso a gente tá aqui, tá pedindo principalmente para a Funai, Polícia Federal, Ibama, Ministério Público Federal, o governo do Estado do Maranhão se juntem para dar proteção à terra indígena”, disse o cacique.
A delegada Lícia Juliane afirma que as investigações já estão bem adiantadas pela delegacia de Governador Nunes Freire e que caso não precisa de intervenção de órgãos federais.
“O procedimento vai continuar por lá. Só iria para a Justiça Federal se houvesse alguma afronta no direito ou a direitos indígenas, mas a motivação do crime não foi relacionada a condição da vítima como indígena”, finalizou.