Delegado Odilardo Muniz, da SEIC, coordenou as ações
Veículos, equipamentos eletroeletrônicos, barras de ouro, dinheiro, notebooks e demais objetos apreendidos
Bando apresentado na Delegacia Regional e autuado em flagrante delito

Agentes da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), em uma ação conjunta com o Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos (DCCT) de São Luís e a Polícia Civil de Imperatriz, prenderam uma quadrilha de hackers em Imperatriz. A prisão aconteceu no início da manhã dessa sexta-feira (11), em três locais da cidade.
O delegado Odilardo Muniz, da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), e o delegado regional de Imperatriz, Assis Ramos, coordenaram a ação policial, que cumpriu mandados de busca e apreensão no centro da cidade e nos bairros Bacuri e Boca da Mata.
Foram presas em flagrante oito pessoas, sendo duas mulheres e seis homens: Thamires Laira Rodrigues, Maria de Fátima Gomes de Sousa, Arnaldo Pereira da Silva Júnior, Gil Gomes de Sousa Neto, Wesley de Sousa Silva, Francisco Fernandes de Sousa, Daniel Sousa da Silva e Mayron Jhonathas Marques Sousa.
Segundo o delegado Odilardo Muniz, as investigações começaram quando a Polícia Civil do Maranhão recebeu vários ofícios de outras unidades da federação informando que contas bancárias de São Paulo, Rio de Janeiro e de outros estados foram vítimas de hackers. Foram movimentadas e tiveram boletos pagos em Imperatriz. “Fizemos análise de redes e descobrimos que esses movimentos bancários realmente estavam acontecendo aqui em Imperatriz. Diante do quadro apresentado, uma equipe veio para a cidade, fato ocorrido há cerca de um mês, ocasião em que foi levantada a locação física do bando”, disse.
Com todos os alvos já definidos, foram solicitados à Justiça em Imperatriz e foram deferidos mandados de buscas e apreensões nos locais onde o bando movimentava altas quantias. Na operação policial para o cumprimento das buscas nos locais indicados, os policiais flagraram os acusados em plena ação, realizando transferências, puxando dados de vítimas pela internet e realizando pagamentos de boletos.
Segundo o delegado Odilardo Muniz, durante as investigações, foi descoberto que o bando agia enviando e-mails às vítimas através de um spam, por meio do qual as contas eram capturadas.
“A partir do momento em que a pessoa ou entidade recebia um e-mail dizendo que é de um determinado banco, comunicando que os seus dados já estavam atualizados, um spam era instalado e puxava a agência, a conta bancária e a senha da pessoa. Com esses dados, o bando pagava outros boletos ou então depositava dinheiro em contas de laranjas, que depois era sacado”, enfatizou.
Nos locais, os policiais apreenderam várias televisões de led, cinco barras de ouro, R$ 1.700,00 em espécie, vários celulares de última geração, roupas de grife, helicópteros movidos a controle remoto, rodões, pneus importados, vários notebooks também de última geração, dois veículos, sendo um Fiat Idea e um Gol, e vários outros objetos de alto valor.
O delegado Odilardo Muniz informou a O PROGRESSO que o bando demonstrava muita ostentação. Costumava viajar e se hospedar em hotéis cinco estrelas. “Tinha uma vida de muito luxo”, disse.
O bando vai responder por quatro crimes: organização criminosa,  furto qualificado mediante fraude, interceptação de telemática ilegal e violação de sigilo bancário. Somados todos esses crimes, os acusados podem pegar até 15 anos de reclusão cada um.