Leila Rejane prestou depoimento ontem e vai responder em liberdade

Policiais civis da Delegacia do 1º Distrito, comandados pelo delegado Fairlano Aires de Azevedo, titular daquela distrital, prenderam na manhã dessa quinta-feira (31) Leila Rejane Rodrigues Muniz, 35 anos, fato ocorrido no Socorrão Municipal.
Segundo informações do delegado Fairlano Aires de Azevedo, Leila Rejane, que disse ser promotora de eventos, estava se passando por médica e foi denunciada por um casal que veio de Itinga para internar a filha em estado de coma, vítima de acidente de trânsito naquela cidade, distante 150 km de Imperatriz.
De acordo com que foi passado ao delegado Fairlano Azevedo pelo casal, ao chegar ao Socorrão com a filha em coma, foi abordado por Leila Rejane, que teria se identificado como médica e ficou acompanhando o quadro clínico da jovem. Segundo os pais da jovem, Leila passava algumas horas no Socorrão, conversava com o casal e depois dizia que ia ver a vítima. Passados alguns minutos, retornava e falava sobre o quadro clínico da jovem.
Na última terça-feira, segundo o delegado Fairlano, Leila Rejane teria dito para o casal que o quadro clínico da filha teria piorado e que ela teria de ir para um hospital particular. Citou até o nome do Hospital São Rafael e teria cobrado a quantia de R$ 70 mil.
Mas, quando ela ficou sabendo que o casal não tinha condições de pagar essa quantia, pediu uma carona para a casa dela, localizada no povoado Lagoa Verde. O casal foi levá-la e ainda deu-lhe R$ 20,00.
Chegando de volta ao Socorrão, o casal contou o fato para um dos médicos que estão atendendo à jovem vítima de acidente. O médico, então, armou um flagrante e pediu ao casal que ligasse para Leila Rejane para que ela viesse ao Socorrão em função de que a jovem teria piorado o seu quadro.
Imediatamente, Leila Rejane voltou ao Socorrão. Chegando lá, o médico que armou o flagrante disse para ela que precisaria dos seus documentos, porque é de praxe ser feito cadastro de médicos que acompanham pacientes no Socorrão. Pediu o número de inscrição de Leila Rejane no Conselho Regional de Medicina (CRM) e ela disse que não tinha memorizado. O médico, então, pediu-lhe o número do CPF e Leila disse que não estava com o documento e que tinha esquecido no carro.
Nesse momento, houve o contato com o delegado Fairlano Aires de Azevedo, que foi até o Socorrão com uma equipe de investigadores. Deram voz de prisão à acusada e a levaram para a Delegacia Regional.
O delegado Fairlano Aires de Azevedo disse que, no primeiro caso, Leila Rejane se passou por médica, crime previsto no artigo 282 do Código Penal, que prevê pena de 2 anos de reclusão. Neste caso, só cabe Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Quanto ao caso de estelionato, em função dela ter pedido R$ 70 mil, por ter sido ainda na última terça-feira, está fora do flagrante delito.
Leila Rejane Rodrigues Muniz foi indiciada por crime de estelionato tentado, previsto no artigo 171, c/c artigo 14, ambos do Código Penal, e vai responder processo em liberdade.
Leila negou que tenha se passado por médica e quis apenas ajudar. Mas uma gravação feita no celular do pai da vítima, mostrando ela pedindo os R$ 70 mil, foi entregue ao delegado Fairlano Aires de Azevedo.