Diego Romullo, o “Júnior”; João Helison, o “Jujú”; e Adriano Colaço: os três envolvidos presos
Ronaldo Batista, o “Neubin”, está foragido
Pistola da vítima que se encontrava com os acusados

Depois de uma exaustiva investigação, a Polícia Civil de Imperatriz elucidou o crime de que foi vítima o empresário e pecuarista Braz Josias Cabrini, 62 anos. Ele desapareceu na manhã de terça-feira da semana passada e o corpo foi encontrado, já em adiantado estado de putrefação, na noite do último sábado (24), em um local de difícil acesso por ser um matagal, nas proximidades de onde está sendo erguido o novo presídio de Imperatriz.
O corpo apresentava sinais de oito perfurações, o que determinou que ele foi executado com oito tiros, conforme informações dos peritos que foram até o local e realizaram os primeiros procedimentos.
Três envolvidos presos - Três pessoas acusadas de envolvimento no crime estão presas: João Helisson Silva Damasceno, vulgo “Jujú”, 22 anos, pecuarista de Porto Franco e que é o mandante do crime; Romullo Monteiro, vulgo “Júnior”, 23 anos, irmão de “Jujú”, e Adriano Célio da Silva Colaço, 23 anos.
Adriano Célio foi o primeiro a ser preso e, segundo o que foi apurado, ele desferiu seis tiros de pistola 7.65 em Braz Cabrini. Os outros dois tiros, ambos na cabeça, foram desferidos por Diego Romullo, com a própria pistola de Cabrini. Um quarto elemento, identificado por Ronaldo Batista dos Reis, vulgo “Neubin”, 23 anos, está foragido.
“Jujú” foi preso em Porto Franco, onde tem fazenda, e Júnior foi preso justamente na fazenda de “Jujú”, que fica a 10 km da sede. Durante a prisão de Júnior, um delegado do Serviço de Inteligência ficou ferido com estilhaços de uma bala quando um homem que se encontrava no local travou luta corporal com o capitão Sampaio e a arma que o militar conduzia disparou. O delegado foi atingido de raspão na testa. O homem, que não foi identificado, levou um tiro e fraturou uma perna. Segundo o delegado Assis Ramos, ele pode ser indiciado por tentar impedir uma ação policial.
Motivação - Segundo o delegado Assis Ramos, a motivação do crime é uma dívida que João Helison Silva Damasceno, vulgo “Jujú”, tinha com Cabrini. A dívida, de R$ 200 mil, foi contraída ainda na Exposição Agropecuária de Imperatriz do ano passado e se referia à venda, através de Cabrini, de 215 bezerros.
O prazo já havia extrapolado e Cabrini vinha cobrando “Jujú” para receber o que lhe era de direito. Houve o pagamento de uma pequena parte do débito, que foi justamente o valor de R$ 69 mil, e Cabrini foi obrigado a emitir um cheque quando foi sequestrado pelo bando.
Trama - Toda a trama para sequestrar e matar o empresário e pecuarista Cabrini foi feita em uma residência no “Habitar Brasil”, localizada no Conjunto Vitória. Lá se encontravam “Jujú”, Júnior, Adriano e “Neubin”. Na ocasião, “Jujú” telefonou para Cabrini passando-lhe o endereço para que ele fosse buscar o restante do dinheiro do que lhe devia.
Quando chegou ao local indicado, Cabrini foi logo preso com algemas de plástico e levado por Adriano, Neubin e Júnior para o local onde ele foi executado com oito tiros. Enquanto isso, “Jujú” levou a caminhonete para o local onde foi encontrada, entre Davinópolis e o povoado Água Viva. Adriano foi quem confessou tudo e apontou os envolvidos.
O corpo de Braz Josias Cabrini foi sepultado no domingo no cemitério Jardim das Rosas, no Parque Alvorada II.
Os acusados, que já estão presos com mandado de prisão preventiva decretada pela juíza Ana Beatriz de Carvalho Maia, da 2ª Vara Criminal, serão transferidos para a capital do estado. A Polícia Civil está desenvolvendo diligências no sentido de localizar e prender o quarto envolvido, Ronaldo Batista dos Reis, o “Neubin”.
Dos R$ 69 mil, R$ 30 mil foram pagos aos executores de Cabrini, sendo R$ 10 mil para cada um (Adriano, Junior e “Neubin”). “Jujú” ficou com o restante.
Os acusados vão responder por sequestro, latrocínio (roubo seguido de morte), ocultação de cadáver e extorsão.