O delegado regional Assis Ramos prendeu, no início da tarde dessa quinta-feira (3), a funcionária do Instituto de Criminalística de Imperatriz (ICRIM), Pollyanna da Silva Araújo, em cumprimento a um mandado de prisão em seu desfavor decretada pela juíza Ana Lucrécia Bezerra Sodré Reis.
Pollyanna da Silva Araújo, que foi presa quando trabalhava tranquilamente, vinha sendo investigada desde outubro do ano passado por acusação de envolvimento em fraudes no ICRIM. Usando assinaturas falsas do juiz Ernesto Guimarães Alves, titular da 3ª Vara Criminal, e Suely Feitosa, titular da 2ª Vara Criminal, ambas da Comarca de Imperatriz, e do próprio delegado regional, Assis Ramos, Pollyanna liberava veículos que se encontravam no pátio do ICRIM e que fazem parte de inquéritos policiais.
Segundo as investigações, Pollyanna já havia liberado quatro veículos: um Audio A4, 1 Fiat Stillo, 1 Chevrolet modelo Vectra e 1 Peugeot. Até o momento, foram recuperados o Peugeot e o Vectra, que se encontravam em uma oficina localizada na Vilinha, periferia de Imperatriz.
Pollyanna também é suspeita de participação em furto de armas que se encontravam no ICRIM para perícia, fato ocorrido em 2010, como também de se apropriar indevidamente de 6 mil vales transportes, os quais também se encontravam no ICRIM para serem periciados. Esses vales haviam sido apreendidos com pessoas que estavam vendendo nas ruas da cidade, muitos deles suspeitos de serem falsos, fato ocorrido em 2011.
Em Rondon do Pará, também em cumprimento de mandado de prisão da Justiça de Imperatriz, foi preso Leonardo Teixeira Meirelles, comparsa de Pollyanna. Leonardo é acusado de ter comprado de Pollyanna pelo menos dois veículos, justamente os dois que foram recuperados. No caso, o Peugeot e o Vectra. Quando da prisão de Leonardo Teixeira em Rondon do Pará por policiais do Serviço de Inteligência da SSP-MA, foi apreendida com ela uma pistola 380 municiada. Por esse motivo, ele foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo em Rondon do Pará. No fim da tarde, Leonardo foi transferido para Imperatriz.
Os outros dois veículos, o Fiat Stillo e o Audi A4, ainda não foram recuperados.
Investigações - As investigações sobre esse caso foram iniciadas depois que um investigador da Delegacia de Homicídios, que funciona no mesmo local do ICRIM, presenciou quando o Peugeot estava sendo retirado do pátio do ICRIM. Ao perguntar sobre o fato a um dos vigilantes, este disse que o motorista do guincho, identificado por Lázaro, apresentou um mandado de restituição, cuja assinatura seria do delegado regional Assis Ramos. No dia seguinte, o investigador comunicou ao delegado Josenildo José Ferreira sobre o caso. Este, então, ligou para o delegado regional Assis Ramos se ele havia liberado o veículo que era peça de um inquérito da Delegacia de Homicídios. Por seu turno, o delegado regional disse que não tinha liberado carro algum.
O delegado Josenildo José Ferreira, com apoio do delegado regional Assis Ramos, passou a investigar o caso e chegou a Pollyanna e a Leonardo Teixeira Meirelles. Segundo o delegado regional Assis Ramos, existe a possibilidade de outras pessoas estarem envolvidas na fraude.
Documentos e munições
Na busca e apreensão na residência de Pollyanna da Silva Araújo, os policiais apreenderam várias munições de pistola calibre 9 milímetros, vários documentos, inclusive mandados de restituição com assinaturas falsas dos juízes Ernesto Guimarães Alves e Suely Feitosa.
Pollyanna e Leonardo vão responder por crime de formação de quadrilha, uso de documento falso, falsificação de documento público e peculato.
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