Comando da PMMA convocou a imprensa na manhã de segunda-feira (7) para prestar esclarecimentos sobre a ocorrência que culminou tragicamente na morte do sargento da PMMA Benedito Gomes Lima Filho, após confronto, no sábado (5), com policiais da Ronda Tática Móvel (Rotam).
Segundo o coronel Ivaldo Alves Barbosa, chefe do Comando do Policiamento Especializado – CPE, na noite de sábado (5), as equipes da PM faziam buscas para capturar uma quadrilha que assaltou a farmácia Big Ben no Turu. O crime teria sido cometido por uma dupla que estava a bordo de uma moto Fan, preta, com apoio de um veículo prata, que teria dado cobertura no assalto.
Diante dessas informações, policiais que estavam na viatura da Rotam nas proximidades do elevado da Cohama avistaram um Corsa Classic, prata, e solicitaram que o veículo parasse, o que não foi obedecido. Dentro do veículo estavam o sargento Lima Filho, o condutor, e outro homem, identificado como Ivo Fernando França Cutrim, que estava no banco da frente. O coronel Ivaldo lembrou ainda que durante a abordagem a viatura da Rotam estava com o giroflex (equipamento luminoso característico da polícia) ligado, configurando que seria uma abordagem padrão.
Os policiais saíram em perseguição, e no momento em que a viatura da PM e o veículo ficaram emparelhados o sargento Lima Filho disparou contra os policiais. Os PMs ainda chegaram a encostar na traseira do Corsa por três vezes na tentativa de parar o veículo e não conseguiram.
Os policiais revidaram com disparos para acertar nos pneus. Somente depois de o carro ser atingido novamente pela viatura é que o veículo dos fugitivos rodopiou na pista sem controle, parando em seguida. Foi nesse momento que Ivo Fernando se entregou à polícia. O sargento Lima, que não conseguia sair do veículo porque a porta teria travado, sentou-se na porta na tentativa de sair e, nesse momento, atirou contra a guarnição, que reagiu acertando três tiros nele. O coronel disse também que uma viatura do 8º BPM, que cobre a área da ocorrência, ainda chegou a dar apoio aos policiais da Rotam.
Benedito Gomes Lima Filho, que veio a óbito, usava uma arma não registrada e havia sido afastado da PM em 1990 devido a problemas na sua conduta como policial. Em 1994, retornou à corporação por meio de decisão judicial. Sargento Lima Filho atualmente prestava serviços de segurança na Assembleia Legislativa.
Durante a entrevista coletiva, o coronel Ivaldo esclareceu todos esses fatos, de acordo com o que foi revelado pelos quatro policiais que estavam na guarnição na noite do ocorrido. Todos estão afastados das atividades e só deverão voltar ou não após conclusão do inquérito. As quatro pistolas usadas pelos policiais e a arma encontrada com o sargento foram encaminhadas para perícia no Icrim. Abalados com o que ocorreu, os policiais então sendo assistidos por uma psicóloga no CAPS.
O comandante lamentou o ocorrido e garantiu transparência nas investigações. “Lamentamos muito a morte do sargento e garantimos que tudo será investigado com transparência. Já foi aberto um inquérito policial militar para esclarecer o que realmente aconteceu naquela noite. Aqueles que tiverem razão, que tiverem apoiados na lei com certeza terão seus direitos respeitados. Todos terão oportunidade de se defender e de esclarecer o que realmente aconteceu”, disse o coronel Ivaldo.
“As técnicas usadas na abordagem foram corretas e são as mesmas usadas no mundo todo. Sirene ligada, pisca-alerta, verbalização, batida na traseira do veículo, e abrimos fogo só quando fomos confrontados. E digo mais: eles sabiam que nos éramos da polícia. Lamentamos tudo isso que aconteceu, mas ele sabia o procedimento”, finalizou o oficial.
Publicado em Polícia na Edição Nº 15048
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