Coronel aposentado Carlos Robério dos Santos, que comandou o Corpo de Bombeiros em Imperatriz, se apresentou à PF
Coronel Vanderlei Costa Pereira, ex-comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Maranhão, foi preso pela PF

A Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU) deflagraram na manhã dessa quinta-feira (8), em São Luís, a Operação Torrentes II – Círculo de Fogo, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa formada por empresários e agentes públicos, que são acusados de desviar recursos do Ministério da Integração Nacional (MI) destinados à assistência às vítimas da estiagem no estado do Maranhão.

No Maranhão, nove pessoas foram presas. De acordo com as investigações, foram desviados mais de R$ 10 milhões que seriam usados para o fornecimento de cestas básicas a famílias atingidas pela estiagem nos anos de 2013 e 2014. O dinheiro era desviado através de uma empresa contratada e, em seguida, era depositado diretamente na conta dos suspeitos.
Entre os presos estão o coronel do Corpo de Bombeiros João Vanderley Costa Pereira e o primeiro tenente Augusto do César Santos Cutrim, que tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Além deles, se apresentou à Polícia Federal o coronel aposentado do Corpo de Bombeiros do Maranhão, Carlos Robério dos Santos, que ocupou o cargo de Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil do Maranhão entre os anos de 2009 e 2013 e comandou o Corpo de Bombeiros em Imperatriz. Os suspeitos foram ouvidos na sede da Polícia Federal em São Luís.
A investigação é um desdobramento da Operação Torrentes, deflagrada em novembro de 2017. Na ocasião, foram revelados indicativos de pagamento de propina a servidores da Secretaria da Casa Militar de Pernambuco, que teriam favorecido contratações de uma empresa, registrada em nome de “laranjas”, para aquisição de produtos para restabelecimento das cidades da Mata Sul do Estado atingidas por chuvas torrenciais em 2010 e 2017. A estimativa é que os convênios investigados somem mais R$ 400 milhões.
Nessa segunda fase da Operação, verificou-se que agentes do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CB-MA) também teriam recebido vantagens indevidas para favorecer a contratação, em 2013, da mesma empresa fraudulenta, para fornecimento de cestas básicas e entrega de filtros de propileno para água em municípios do Estado atingidos por forte seca naquele ano. Os contratos investigados, cujos valores transferidos pelo MI superam R$ 10 milhões, ocorreram a partir de adesão às atas de registro de preços elaboradas pela Casa Militar de Pernambuco.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-MA) afirmou que o Corpo de Bombeiros está fornecendo as informações solicitadas pelos agentes federais e que aguarda a comunicação judicial para tomar as providências cabíveis. A SSP informou que determinou a abertura de um procedimento interno para a apurar a conduta dos envolvidos, inclusive dos militares reformados.