Júlio Sombra e Paulo Moreno na entrevista coletiva de ontem
Polícia Federal e agentes do Ibama na ação de ontem em Buriticupu

A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, iniciou nessa quinta-feira (23), no sudoeste do estado do Maranhão, a ‘Operação Maravalha”, com o objetivo de combater a prática de crimes ambientais ligados à extração, ao transporte e à comercialização ilegal de madeira, proveniente da Terra Indígena Caru, da Terra Indígena Arariboia e da Reserva Biológica do Gurupi.

Em decorrência de três ações civis públicas, foram executadas 10 interdições de serrarias clandestinamente instaladas nos municípios de Arame, Amarante e Buriticupu. Tais estabelecimentos têm fortes indícios de receptarem madeira ilegalmente extraída de terras indígenas e de unidade de conservação federal, o que gerou três prisões em flagrante. Os nomes das pessoas presas não foram informados, como é de praxe da PF.
Os investigados responderão por crimes como desobediência à decisão judicial (artigo 359 do CPB), receptação qualificada (artigo 180 do CPB), ter em depósito produto de origem vegetal sem licença válida (artigo 46, parágrafo único, da Lei 9.605/98), dentre outros.
Participaram da ação policiais federais lotados na Superintendência da PF no Maranhão e na Delegacia da PF em Imperatriz, além de policiais rodoviários federais, servidores do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), bombeiros militares do estado do Maranhão, totalizando cerca de 200 pessoas. A operação conta com o apoio de dois helicópteros do Ibama, do batalhão de choque da PRF e, também, da equipe do Comando de Operações Táticas (COT) da PF.
A operação foi batizada de Maravalha, termo que denomina os restos da serragem de madeira em serrarias, uma vez que o objetivo foi desmobilizar as serrarias irregulares remanescentes das operações realizadas no ano de 2016 com essa finalidade específica na região.
Coletiva - Em entrevista coletiva, o delegado Júlio Sombra, titular da Delegacia do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Superintendência da PF no Maranhão, e Paulo Moreno, superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Maranhão, deram detalhes sobre a ‘Operação Maravalha’.
De acordo com o delegado Júlio Sombra, das dez serrarias interditadas, seis tiveram mandados de interdição decretadas. Segundo a autoridade policial, todas as serrarias serão destruídas, com tudo que estiver em seu interior. As madeiras eram vendidas, principalmente para estados do nordeste. Várias dessas serrarias já tinham sido interditadas desde 2010 e reiniciaram suas atividades clandestinas.
O superintendente da PRF no Maranhão, Paulo Moreno, ressaltou que a PRF está dando apoio operacional às atuações, frutos das ações civis públicas. Moreno lembrou que a PRF está, inclusive, com uma tropa de choque nesse trabalho.