
Uma operação da Polícia Civil do Maranhão, por meio da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor), prendeu quatro suspeitos em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, responsáveis por uma empresa que supostamente desviou R$ 40 milhões da Empresa Pública Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH).
De acordo com a Polícia Civil, as investigações começaram nos primeiros meses de 2018, quando a própria EMSERH levou o caso ao conhecimento da Polícia Civil maranhense e pediu a apuração.
No começo de 2017, o Ministério Público orientou que a EMSERH contratasse uma empresa para gerir a saúde no estado. O Instituto Biosaúde foi o vencedor do certame para gerir 60 unidades públicas de saúde. No entanto, segundo a polícia, entre abril e dezembro de 2017, a Biosaúde deixou de pagar cerca de R$ 40 milhões destinados à quitação de encargos trabalhistas e previdenciários dos funcionários da área da saúde.
Foram presos preventivamente e sofreram buscas em suas residências, em Mogi das Cruzes, Luiz Fernando Giazzi Nassri, Carlos Guilherme Giazzi Nassri, Maria Renata Giazzi Nasri e Adriana Bassani Nassri, responsáveis pelo instituto.
Ainda segundo a Polícia Civil, o desfalque ocasionou, inclusive, o rompimento do contrato da EMSERH com o Biosaúde. Na ocasião, segundo a polícia, a EMSERH ainda aplicou à entidade uma multa contratual de 5%.
A apuração policial constatou que o instituto estava registrado em nome de laranjas e que os sujeitos presos em Mogi, embora não aparecessem nos documentos constitutivos e deliberatórios da entidade, eram efetivamente os seus controladores.
Nessa sexta-feira (24), os suspeitos permaneciam presos na sede do Deic em São Paulo, mas devem ser encaminhados ao Maranhão pela Polícia Civil para que fiquem custodiados no sistema prisional maranhense à disposição da 1ª Vara Criminal de São Luís, especializada em crime organizado, responsável pela decretação das medidas cautelares e pela supervisão da investigação.
Eles devem responder, segundo a polícia, pelos crimes de organização criminosa, peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.
A Polícia Civil segue no rastro do dinheiro desviado, tendo inclusive solicitado à Justiça o bloqueio de bens e contas bancárias dos envolvidos, a fim de restituir aos cofres públicos os valores milionários criminosamente desviados.
No último dia 3 de agosto, um acordo garantiu a indenização de mais de 7 mil empregados da Biosaúde. Na documento foi firmado que a Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares ficará responsável pelos pagamentos das indenizações referentes aos meses de dezembro de 2017, janeiro, fevereiro e março de 2018.
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