Dois soldados, um tenente e um major da Polícia Militar podem estar envolvidos no desaparecimento do soldado Carlos Alberto Constantino Sousa e do cabo Júlio César da Luz Pereira, ocorrido no dia 17 de novembro do ano passado, na região de Buriticupu. A denúncia foi feita por uma testemunha, nome não revelado, para a imprensa. A Polícia Civil informou ontem que o caso corre em segredo de Justiça, mas acredita que até a primeira quinzena do próximo mês o auto de investigação preliminar será concluído e encaminhado ao Poder Judiciário.
Ainda segundo a denúncia, o desaparecimento dos dois militares tem envolvimento com a apreensão de uma caçamba sem a ordem judicial, como também o registro de outras irregularidades que ocorrem de forma diária dentro da companhia da Polícia Militar, situada no município de Buriticupu.
O denunciante declarou que no dia 17 de novembro do ano passado o cabo César e o soldado Alberto teriam saído da cidade de Buriticupu em companhia de dois soldados da Polícia Militar, ambos lotados na companhia da PM do município, em um veículo L200 Triton para irem buscar a caçamba, e acabaram desaparecendo.
Também nesse dia o denunciante teria sido procurado em sua residência por um tenente e um major. Os militares teriam dito ao denunciante para não falar nada a respeito do sumiço dos militares, pois não era para ele se meter em “coisa de polícia”. Após esse fato, ele fugiu de Buriticupu e, no momento, vive escondido.
Testemunhas - Os familiares de um dos militares desaparecidos, nomes não revelados, declararam ontem por telefone que a polícia não concede muitas informações a eles sobre o trabalho da investigação, mas afirmam que está bem adiantado e vai solucionar o caso.
Eles também declararam que sabem da existência de um morador de Buriticupu que teria presenciado o cabo César e o soldado Alberto deixando a cidade em companhia de mais dois militares como ainda teria sofrido ameaça e, logo após, tomou rumo ignorado.
Investigação - O desaparecimento desses dois militares começou a ser investigado pela delegacia de Polícia Civil da cidade, mas a partir da segunda quinzena do mês de dezembro do ano passado, por determinação da cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o trabalho investigativo passou para uma equipe da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), sob a coordenação da delegada Nilmar da Gama.
A delegada informou que primeiramente foi instaurado o auto de investigação preliminar e o trabalho investigativo sobre esse caso está bem adiantando. Até a primeira quinzena do mês de fevereiro deste ano, a polícia vai encaminhar esse inquérito para a Justiça.
Em relação à participação de militares no caso, ela afirmou que esse inquérito corre em segredo de Justiça. “Não posso conceder detalhes sobre o fato, pois corre em segredo de Justiça”, afirmou Nilmar da Gama.
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