Polícia Militar está no local para garantir segurança aos outros indígenas - Divulgação

Um índio identificado como Antônio Filho Guajajara foi baleado nesse sábado (4) com um tiro na cabeça, quando estava nas proximidades das aldeias Cafeteira e Katu, na Reserva Indígena Araribóia, no município de Arame, localizado a km 313 km de   São Luís.

João Filho foi encaminhado para o Hospital Municipal de Imperatriz, onde permanece em observação. Uma testemunha já foi ouvida no caso.
Este foi o segundo caso em menos de uma semana. Na última terça-feira (31), o líder indígena Zezico Guajajara foi encontrado morto na estrada da Matinha, próximo a Aldeia Zutiuá no município de Arame.
De acordo com lideranças indígenas da região, Zezico Guajajara havia saído pela manhã para fazer compras e, por volta do meio-dia, foi encontrado morto por índios com perfurações de bala pelo corpo. 
Os índios alegam que ele vinha recebendo ameaças de morte por conta de conflitos internos na aldeia. A Polícia Civil do Maranhão encaminhou à Polícia Federal um relatório que aponta os autores e mandante do assassinato de Zezico.
O secretário estadual de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, disse que solicitou no sábado (5) ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, além da apuração rigorosa dos fatos, o envio de homens da Força Nacional para evitar novos conflitos na Reserva Araribóia.
“Em razão do crescimento desses conflitos que a unidade da Força Nacional hoje presente na Terra Cana Brava seja deslocada para a terra Araribóia. Que seja ainda determinada a Polícia Federal a apuração rigorosa deste e de outros casos e as suas possíveis vinculações com o crime organizado. Como as terras indígenas são áreas federais a responsabilidade de conter esses e outros conflitos é do governo federal, que pode contar como tem contado com a parceria do governo do Maranhão”, finalizou o secretário Francisco Gonçalves.
Região de conflitos - A morte de Zezico Guajajara aconteceu na Terra Indígena Araribóia, mesma região onde o líder indígena e ‘Guardião da Floresta’ Paulo Paulino Guajajara foi assassinado em novembro de 2019. O território é conhecido por registrar inúmeros conflitos de terras entre indígenas e madeireiros.
Segundo a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) de 2016 até novembro de 2019, 13 indígenas foram mortos em decorrência do conflito com madeireiros no Maranhão. A entidade afirma que a ‘estrutura de segurança não está preparada ou não prioriza os casos’ relacionados a índios.
Terra Indígena Arariboia - A Terra Indígena Arariboia é composta por etnias indígenas Ka’apor, Guajajaras e Awá-Guajás em um território com 413 mil hectares no sudoeste do Maranhão onde vivem 12 mil indígenas. Parte dessas tribos possuem Guardiões da Floresta, que são formados com o intuito de proteger a natureza, evitar invasões de madeireiros e incêndios.