Desembargadores e juízes do TJMA participam de curso na Polícia para aprimorar defesa pessoal

São Luís - Cerca de 20 magistrados maranhenses receberam treinamento sobre uso de armamentos, acionamento do gatilho e decisão de tiro, com orientações teóricas e práticas sobre panes, empunhadura, posicionamento do corpo, visada (mira), controle da respiração, carregamento, posição de retenção, deslocamento.
Os exercícios ocorreram na sexta-feira (8), na Academia de Polícia Militar, e no stand de tiros da Companhia de Operações Especiais (COE), no Calhau. A participação feminina foi um dos destaques do treinamento.
O curso integra o Plano de Instrução de Tiro elaborado pela Diretoria de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça do Maranhão, em parceria com a Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA). A principal referência da Justiça estadual é o modelo de segurança institucional de fóruns e juízes em situação de risco adotado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
O presidente do TJMA, desembargador Antonio Guerreiro Júnior, decidiu adotá-lo no Estado ao conhecer o projeto, em outubro do ano passado, durante o 93º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil.
“O curso foi bastante produtivo e vai nos ajudar a enfrentar os problemas e eventualidades no exercício da magistratura”, declarou a desembargadora Maria das Graças Duarte. A desembargadora Raimunda Bezerra também integra o grupo. O juiz auxiliar da presidência do TJMA, José Nilo Ribeiro Filho, que pratica tiro há anos, esteve no local para dar apoio aos colegas magistrados.
“Com a iniciativa, queremos criar uma cultura de segurança no Judiciário maranhense. Nesse sentido, deveremos promover outros treinamentos a pedido dos magistrados”, diz o diretor de Segurança Institucional do TJMA, capitão Alexandre Magno. Ele informa que ainda neste semestre haverá curso de defesa pessoal para magistrados do Maranhão nos Estados Unidos.
Armas diversas - Desembargadores e juízes tiveram a oportunidade de conhecer e manusear armamentos utilizados pela Polícia Militar (a exemplo de pistolas calibre 40, modelos PT – 940 e PT 100, e revólver calibre 38). Agentes químicos, como a granada de gás lacrimogêneo e o spray de pimenta, foram também manuseados.
Para a juíza titular da comarca de Timbiras, Daniela Bonfim Ferreira, o treinamento “demonstra o avanço e a preocupação do Tribunal de Justiça com a segurança dos magistrados, que têm sido alvo de constantes represálias”.
O resultado do curso será mensurado por meio da aplicação de normas de segurança e procedimentos de linha de tiro e das técnicas e exercícios aplicados.
Curso na Flórida - O projeto de segurança do TJ do Rio é um dos mais modernos do mundo e entrou em vigor logo após o assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto de 2011. Funciona em parceria com a Polícia Militar e já viabilizou treinamento em segurança a 64 juízes na Flórida, Estados Unidos.
“O mais importante é a conscientização do magistrado quanto a sua postura profissional”, alertou na época o coronel Francisco Mathias, diretor-geral de Segurança Institucional do TJRJ, ao diretor Alexandre Nunes e aos juízes Paulo Ribeiro e Marcela Lobo, que assessoraram Guerreiro Júnior no evento. (Assessoria de Comunicação do TJMA)