A juíza da Comarca de Alto Taquari (479 km ao Sul de Cuiabá), Glauciane Chaves de Melo, foi assassinada com dois tiros, no final da manhã dessa sexta-feira (8), no fórum da cidade. Segundo informações da assessoria do Tribunal de Justiça, o ex-marido da magistrada, o enfermeiro Evanderly de Oliveira Lima, é o principal suspeito de cometer o crime. Ele está foragido.
A versão apurada, com base nos relatos de testemunhas, é que ele teria entrado no gabinete dela, o que não chamou atenção porque ambos mantinham contato, mesmo após a separação, no final do ano passado. Eles teriam discutido e disparos foram feitos. O casal não tinha filhos.
Um policial que fazia a guarda do fórum chegou a disparar na direção do suspeito, mas não o atingiu. Na saída, ele teria avisado que ia na casa da mãe da magistrada para executá-la. O Comando Militar da região do Araguaia foi acionado para auxiliar nas diligências pela captura do suspeito. Foi solicitado ainda o bloqueio das estradas que dão acesso aos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O presidente do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, e o juiz auxiliar da presidência, Luiz Octávio Sabóia, viajaram para Alto Taquari. O juiz diretor da Comarca de Alto Araguaia, Carlos Augusto Ferrari, foi acionado pela Presidência do TJ para dar apoio e suporte às equipes.
A morte da juíza chocou os advogados de um escritório de Belo Horizonte (MG), onde a magistrada prestou serviços antes de passar no concurso para juíza substituta em Mato Grosso. Segundo informações, Glauciane de Melo era uma pessoa concentrada no trabalho e tinha uma capacidade grande de memorizar as informações de um contrato ou de um processo.
Segundo informações do TJ, a magistrada residia em Belo Horizonte até tomar posse como juíza em Mato Grosso, em 15 de junho de 2012. A entrada em exercício no cargo ocorreu no dia 18. Classificada em 20º lugar no concurso público, ela escolheu a Comarca de Alto Taquari para atuar.
Na ocasião da escolha, a magistrada informou que fez a escolha levando em consideração, além da indicação de amigos, algumas informações sobre a comarca, que ela considerava estar em franco desenvolvimento e, apesar disso, ser uma comarca tranquila, com um bom número de servidores.
O presidente do TJ emitiu nota lamentando a violência que resultou na morte prematura da magistrada e presta condolências e solidariedade aos seus familiares. O corregedor do órgão, desembargador Sebastião de Moraes Filho, também emitiu nota de pesar.
Foi declarado luto oficial em todo o Poder Judiciário estadual por três dias. Na comarca de Alto Taquari, onde ela atuava, também foram suspensos o expediente e os prazos processuais. Na segunda-feira (10 de junho), os prazos voltarão a correr normalmente.
Publicado em Polícia na Edição Nº 14723
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