A insegurança devido à greve dos policiais militares, que iniciou no dia 26 de março, por tempo indeterminado, está mudando a rotina da população da segunda maior cidade do Maranhão. As pessoas estão com medo, não circulam durante a noite, preferindo se recolherem ainda cedo em suas casas, deixando a cidade deserta.
Desde que iniciou a greve, a cidade está vivendo uma situação de medo, com várias ações marginais, assassinatos e assaltos. Só na noite do dia 26 e madrugada do dia 27, cinco homicídios foram registrados em Imperatriz, em três bairros. Na madrugada do dia seguinte, duas mulheres foram baleadas no bairro Bacuri, uma delas morreu a caminho do hospital.
E não parou por aí. O corpo de uma mulher, amordaçado e despido, foi encontrado em uma estrada vicinal no entorno da cidade. Na noite da última segunda-feira, dois homens foram assassinados a tiros na Avenida Tapajós, próximo a uma faculdade de Imperatriz. Nessa terça-feira, 1º de abril, um homem foi alvejado em plena luz do dia e morreu no Socorrão. Várias pessoas foram baleadas e levadas para o Hospital Municipal, o Socorrão.
Além disso, vários assaltos vêm sendo registrados na cidade. Nessa quarta-feira (20), em plena luz do dia, a loja Eletro Mateus, localizada na Avenida Bernardo Sayão, foi assaltada e o bandido levou R$ 20 mil. Ele agiu sozinho. Segundo informações, o elemento chegou na loja como se fosse apresentar um currículo. Ele sacou uma arma de fogo e rendeu todos. E como não tem polícia nas ruas da cidade, saiu tranquilamente, montou na moto que ficou estacionada em frente e fugiu.
Um outro elemento foi preso ontem, no estacionamento do Mix Mateus do Bacuri, quando tentava furtar uma motocicleta. Ele foi preso por militares que por acaso passavam pelo local no momento. Identificado por José Cassiano, de 20 anos, foi apresentado na Delegacia Regional. Uma casa lotérica e uma loja comercial também foram alvos de assaltantes nessa quarta-feira.
Na noite de terça-feira (1º), um Tenente da Polícia Militar (Tenente Alves) perseguiu dois elementos em uma motocicleta. O militar teve de efetuar disparos a fim de parar os dois bandidos. O oficial viu quando os marginais roubaram a bolsa de uma mulher.
Os dois foram presos e levados para o Plantão Central, onde foi constatado que a motocicleta Biz que conduziam é produto de furto.
E só Deus sabe o que vai vir por aí em termos de violência em Imperatriz, haja vista que, pelo andar da carruagem, a greve da Polícia Militar ainda vai continuar por muitos dias. Até o momento, as autoridades não se sensibilizaram no sentido de encontrarem uma solução para o impasse. A população de Imperatriz, que paga impostos e tem direito a segurança, está nessa sensação de medo.
Ontem, no fim da tarde, as mulheres e familiares de policiais realizaram uma manifestação em frente ao quartel do 3º BPM, onde os policiais estão acampados desde o início da greve.
Em função dessa insegurança, alunos estão deixando de ir às aulas, principalmente à noite, bares, choperias, danceterias, lanchonetes, churrascarias e demais estabelecimentos do gênero. Estes, inclusive, estão fechando as portas cedo, o que vem dando prejuízo aos seus proprietários.
Ontem, policiais militares usaram a Tribuna Popular da Câmara Municipal para explanar os motivos da greve. A situação é caótica e já está na hora de as autoridades tomarem uma posição. Do jeito que está, não dá mais para continuar.
Publicado em Polícia na Edição Nº 14970
Insegurança devido à greve da Polícia Militar muda a rotina da população de Imperatriz
As pessoas estão com medo e não circulam durante a noite, preferindo se recolher em suas casas
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