Delegado Carlos César Andrade preside o inquérito que apura o crime

O delegado Carlos César Andrade, em entrevista a O PROGRESSO informou na tarde de ontem que o inquérito que apura o desaparecimento, seguido de morte e ocultação do cadáver de Pedro Brandão Ventura, seguirá o seu rito normal.

“O inquérito segue o seu rito normal, porque desde que iniciamos as investigações para apurar esse crime, já tínhamos certeza que a vítima estava morta. Isso devido aos depoimentos dos acusados, que caíram em várias contradições”, informou.
O delegado Carlos César Andrade disse que não haverá necessidade de Cicera Célia e os irmãos dela, Laércio e Daniel Ribeiro Teotônio, virem a Imperatriz para serem ouvidos depois de encontrado o corpo de Pedro Ventura, a não ser que sejam convocados pela Justiça. “Isso pode ser feito por lá mesmo. Mas, se a justiça determinar, eles terão de vir a Imperatriz”, disse.
César Andrade afirmou que o crime foi praticado, sem mais nenhuma dúvida, por Célia e os irmãos dela, e eventualmente outros partícipes ou autores. Segundo o delegado, o fato de uma toalha estar envolta no pescoço de Pedro Ventura é relevante. Essa toalha foi entregue a ele na porta da casa na Rua Minas Gerais, pela mulher com quem estava se relacionando na ocasião.
Depois, ele entrou na casa e nunca mais foi visto, até ser encontrado morto na manhã de ontem. “Essa toalha envolta no pescoço de Pedro pode ser definida como o ódio que Célia nutria por ele, em função de que o objeto foi entregue justamente pela mulher com quem ele se relacionava”, disse.
O Dr. Andrade lembrou também de dois fatos importantes. Primeiro, o tipo de lona em que foi colocado Pedro Ventura. Os irmãos de Célia, Laércio e Daniel, são feirantes e usam justamente lonas como essa para cobrir as mercadorias. Segundo, a maneira como foi amarrada a corda na lona, típica de quem trabalha no ramo de feirante. Outro fato que chamou a atenção do delegado Andrade foi que as vestes com as quais o cadáver foi encontrado são as mesmas que Pedro vestia quando entrou na casa, dia 21 de agosto, e nunca mais tinha sido visto. “Essa situação deduziu definitivamente que Pedro Ventura não foi morto dois ou três dias depois do seu sumiço, e sim no mesmo dia em que foi visto entrando na casa e não foi visto saindo”, disse.
Outra situação que afasta qualquer dúvida da participação dos irmãos da Célia no crime é que eles costumavam viajar sempre para aquela região onde foi encontrado o corpo, para comercializar suas mercadorias. No inquérito o que mudará, segundo o delegado Andrade, será apenas a prova mais categórica da participação dos acusados, com o achado do corpo.