A greve dos policiais e bombeiros militares foi intensificada ontem em todo o estado, com manifestações, interdições e ocupação de locais públicos.
Em Imperatriz, os militares acamparam-se em frente ao Quartel do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM) e, segundo o comando de greve, somente sairão do local após as negociações, desde que sejam favoráveis. Ontem pela manhã, os policiais e os bombeiros militares interditaram por uma hora e meia a rodovia Belém-Brasília, na altura da ponte sobre o Riacho Cacau. Após liberarem a rodovia, retornaram para o acampamento em frente ao 3º BPM. Em São Luís, os grevistas ocuparam a Assembleia Legislativa e disseram que somente sairão após serem ouvidos pelo governo.
Durante toda a madrugada e a manhã dessa quinta-feira, a categoria esteve mobilizada no intuito de parar as atividades da Polícia Militar e Bombeiros em outras cidades do Maranhão.
Os militares estão reivindicando reposição das perdas salariais de 2009 a 2001; 30% a mais TR (inflação acumulada do ano anterior) em cada ano, de 2012 a 2015, previsto no PPA (Plano Plurianual); definição da jornada de trabalho em 44 horas semanais com adicional noturno e pagamento de hora extra; anistia de todos que participaram do movimento grevista; criação de uma comissão permanente de negociação, com participação de todas as entidades militares.
Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) reafirma que sempre manteve aberto o diálogo. Uma comprovação disso é que durante o processo de conversação com policiais e bombeiros militares diversos avanços foram obtidos pelas categorias.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) emitiu uma nova nota na tarde dessa quarta-feira (24) sobre a atuação da Força Nacional em São Luís e Imperatriz, as duas maiores cidades do Estado, e em Timon e Bacabal.
Segundo a nota, além da Força Nacional, os efetivos do Exército e da Aeronáutica também vão garantir a segurança à população, incluindo homens do 50º BIS (Imperatriz) e de unidades do Piauí e do Pará.
Greve declarada ilegal pelo TJ - Decisão proferida na manhã dessa quinta-feira pelo desembargador Stélio Muniz determinou imediata suspensão da paralisação dos policiais militares e bombeiros, sob pena de multa diária de R$ 200 para cada integrante do movimento grevista.
Além da multa, também haverá desconto na folha salarial pelos dias parados. A Ação Declaratória (032483/2011), impetrada pelo Governo do Estado, alega a ilegalidade do movimento. No entanto, de acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça, na decisão não foi julgado o aspecto legal da paralisação.
Ou seja, a decisão não entrou no mérito se o movimento é ilegal ou não, por se tratar de decisão liminar, cabendo recurso. De acordo com a Constituição Federal, os militares são proibidos de fazer greve.
Negociações - Uma comissão de deputados, comandados pelo presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo, e representantes dos policiais militares e bombeiros militares foram para o Palácio dos Leões para uma negociação com a governadora Roseana Sarney. Até o fechamento desta edição, ainda não havia sido divulgado o resultado das negociações.
Publicado em Polícia na Edição Nº 14260
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