São Luís - O secretário de Estado de Segurança Pública, Aluísio Mendes, anunciou nessa sexta-feira (25) a chegada de mais homens da Força Nacional e a entrada de policiais das Forças Armadas para reforçar o esquema de segurança montado pelo Governo do Estado em razão da greve dos policias militares e dos bombeiros, iniciada na última quinta-feira (24). Com isso, a secretaria conta agora com um efetivo maior do que o normalmente empregado pela polícia para garantir a segurança da população de todo o estado.
“È importante frisar que a preocupação principal é a segurança da população. Em razão disso, por determinação da governadora Roseana Sarney, nós buscamos o apoio do Ministério da Justiça, através da Força Nacional, e solicitamos também o apoio das Forças Armadas”, disse o secretário durante coletiva na sede da secretaria, ao lado do comandante da PMMA, Franklin Pacheco; do Corpo de Bombeiros, Marcos Paiva; e da delegada-geral da Polícia Civil, Maria Cristina Menezes.
Hoje, além do efetivo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros que não aderiram ao movimento, a secretaria conta com o efetivo da Força Nacional e das Forças Armadas. A coordenação das ações é de responsabilidade da SSP, mas a operacional do plano de segurança ficará, a partir de agora, sob a responsabilidade do Exercito Brasileiro.
Ocorrências - O secretário tranquilizou a população ao afirmar que as ocorrências policiais durante os dias de movimento grevista estão abaixo dos que normalmente são registrados. “Por exemplo, tivemos o registro de dois homicídios durante esses dois dias, um número inferior ao normalmente identificado em tempos normais”, disse Mendes.
O número de furtos e assaltos, segundo o secretário, também está na média e alguns casos até abaixo da média, mensal. “Isso mostra que os esforços do governo no sentido de que população não fosse prejudicada estão surtindo efeito. E mais ainda, estamos implementando outras medidas para que a segurança seja garantida”, ressaltou o secretário.
Ao ser questionado sobre notícias de arrastões na cidade, o secretário afirmou que não passam de boatos disseminados por pessoas que estão se aproveitando da situação para criar um clima de insegurança. “Nós não registramos uma única ocorrência dessa natureza, todas foram checadas e verificadas e nenhum fato desse é verdadeiro. Podemos assegurar que não houve nenhum fato dessa natureza. A população pode ficar tranquila”, enfatizou.
Em relação à segurança no interior do Estado, Aluísio Mendes disse que também há efetivo da Força Nacional nas cidades onde tem movimento grevista. Levantamento da SSP mostra que apenas a cidade de Imperatriz registra uma adesão maior de policiais à greve, nas demais, segundo informou o secretário, a adesão foi pontual com um índice menor do que 15% de policiais parados. “Estamos atentos também à segurança no interior do Estado e com um efetivo de prontidão para atender a população”, disse.
Ilegalidade - Aluísio Mendes disse que os incitadores de motins e rebeldia, ilegais, serão punidos. Ele disse ainda que a partir dessa sexta-feira (25), por determinação judicial, o governo está obrigado a incluir no contracheque dos grevistas o desconto de R$ 200,00 por dia sem trabalhar. Ele reafirmou que não haverá negociações enquanto tiver movimento de greve, que foi declarada ilegal pela Justiça na quinta-feira (24).
Aluísio lembrou que algumas questões reivindicadas já foram atendidas antes da greve. Entre os avanços obtidos, estão o aumento do auxílio alimentação de R$ 120,00 para R$ 250,00, de forma linear; criação e regulamentação de 9 unidades operacionais, com a criação de 4.466 cargos; tendo como consequência a promoção de 406 oficiais; redução do interstício de 10 anos para cinco anos da promoção do soldado a cabo PM; redução do interstício de 8 anos (tempo de serviço) e 6 anos (antiguidade e merecimento) para apenas 3 anos em ambos os casos, para a promoção do cabo a 3° sargento. Redução do interstício de 4 anos para 3 anos, para a promoção do 3° sargento a 2° sargento. A decisão permitiu a efetivação de 3.388 promoções de praças em todas as graduações.
“Agora o governo do Estado tomou uma posição: não negocia enquanto o movimento não acabar”, afirmou. “Seria incoerência do governo negociar com um movimento que foi considerado ilegal”, reforçou. O secretário disse que o que o governo espera neste momento é que os policiais voltem ao trabalho.
Mendes lembrou ainda que um estudo está sendo concluído objetivando o realinhamento salarial dos servidores públicos estaduais ativos e inativos, contemplando também os policiais militares. Destacou ainda que os militares maranhenses recebem o 7º salário no ranking nacional, no valor de R$ 2.028,00, maior que o pago no Rio de Janeiro (R$ 1.137,49); e no Rio Grande do Sul (R$ 996,00) e que, em 2009, o governo concedeu um aumento aos militares que variou de 22,77% a 27,41 %.
Exército - No período da tarde, o comandante do Exército Brasileiro, tenente coronel Flávio Peregrino, anunciou que os homens da tropa já estão participando das operações em São Luís e Imperatriz. Além das tropas do 24º BC (São Luís) e do 50º BIS (Imperatriz), um efetivo do Piauí já está em São Luís. Também poderão ser solicitadas guarnições do Ceará e Pará.
“Nós recebemos a incumbência do Ministério da Defesa, via Comando militar do Nordeste, para garantir a segurança da população. O comandante da ação será o general Gomes de Matos, da 10ª Região Militar”, declarou.
O comandante detalhou a ação. “Nossos homens estão nos principais eixos de circulação e nas áreas de movimento, como a Rua Grande e outras visando garantir tranquilidade à população”, declarou o comandante lembrando que o trabalho está tendo ainda participação da Força Nacional, policiais civis e militares que não aderiram à greve, além de equipes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Aeronáutica. (Secom)
Publicado em Polícia na Edição Nº 14261
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