Com o objetivo de investir no desenvolvimento da Pesca e Aquicultura no Maranhão, o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar (Sedes), firmou acordo de cooperação técnica entre a Federação das Colônias de Pescadores do Estado do Maranhão (Fecopema) e a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (Agerp), nessa sexta-feira (27), durante assembleia geral da categoria. Na avaliação do secretário da Sedes, Fernando Fialho, o acordo possibilitará melhores rendas e condições de trabalho aos pescadores.
Fialho afirma que a ação integrada da Sedes, Agerp e Fecopema trará aos pescadores e aquicultores familiares melhoria na renda e eficácia da comercialização dos produtos nas representações de colônias do Maranhão, existentes em 150 municípios.
Dentre as principais metas do plano de trabalho estão a assistência técnica e emissão de DAPs a 4.000 pescadores e aquicultores, encaminhamento de 5.000 famílias de pescadores ao Programa Minha Casa Minha Vida, e a implantação de seis projetos de valas comunitárias nos campos da baixada e de 12 unidades de fábricas de gelo no estado.
De acordo com o presidente da Femacop, Francisco Oliveira, o acordo vai melhorar o setor de pesca do estado e fortalecer o trabalho da maioria dos pescadores do Maranhão.
De acordo com dados da entidade, atualmente o investimento na piscicultura em tanque rede já beneficia 15 famílias e cada uma delas terá uma renda mensal de até R$1.800,00 ao mês. O financiamento de material de pesca em 25 municípios, são alguns dos principais projetos já aprovados pela Sedes que prometem a melhorar a qualidade de vida dos pescadores e o crescimento da pesca no estado.
Outro aspecto que receberá apoio é a construção de valas comunitárias da baixada para evitar a escassez no período da seca, assim serão criados grandes armazenamentos de água e peixe. Desta forma, a alimentação e a comercialização dos produtos estarão garantidos, independente da estação do ano. Além disso, serão construídas 12 fábricas de gelo, uma em cada município, melhorando o preço, facilitando a conservação do pescado e evitando a ação dos atravessadores.
“Nós das colônias de pescadores exportamos toneladas de peixe e camarão para o Pará, mas não temos o retorno desse trabalho pela falta de condições. Nossa região é uma das maiores produtoras, e ainda assim temos dificuldades com a manutenção das embarcações, com a compra do material de pesca e com o meio de transporte para exportação”, afirmou o pescador José Etenildo Santos, representante da categoria na região de Cururupu.
Segundo José Etenildo, nos municípios não há local adequado para conservar os peixes, o que lhes obriga a vender barato aos atravessadores. “A instalação da fábrica de gelo vai acabar com este problema, pois teremos onde armazenar nossa pesca, e exportá-la por conta própria. Será o fim do lucro dos atravessadores que enchem caminhão para vender nosso pescado mais caro em outras cidades, sem pagar nada para o estado”, salientou.
Publicado em Polícia na Edição Nº 14817
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