Hemerson Pinto
“Senhor juiz, peço desculpas a todos vocês, pela confusão que eu causei ao meu pai, estou muito arrependida […]”, dizem as primeiras linhas da carta que uma adolescente de 17 anos escreveu no dia 2 de junho de 2014, endereçada ao juiz que estará a frente da audiência que poderá dá um fim ao sofrimento do pintor de iniciais I.A.S.
O morador da Vila Cafeteira, em Imperatriz, foi acusado de estuprar a garota, que é filha dele. A acusação foi feita pela própria adolescente, que depois de 90 dias resolveu expor o arrependimento de ter complicado a vida do pai. Na época da prisão do acusado, o laudo expedido pelo Instituto Médico Legal deu negativo, com base em exames feitos na suposta vítima.
Mesmo assim o homem continuou preso e, segundo a família, passou a apanhar de outros detentos, sofrendo torturas físicas e psicológicas, chegando a ter o rosto marcado por pancadas e lesões nas costelas. Desde o dia da prisão, o irmão do acusado, um vizinho e um tio, estão envolvidos com o caso, na tentativa de provar a inocência dele.
Em outro trecho da carta a filha diz: “[…] quero somente falar a verdade para todos, primeiro, ele nunca mexeu comigo. Eu já tinha caso com um homem antes. Nem sequer ele me tocou naqueles dias. Foi coisa da minha cabeça, eu estava perturbada. Havia pensando dias atrás em fazer o que fiz. Não imaginava o que iria acontecer”, revela.
O sentimento de culpa levou a adolescente a terminar a escrita falando que espera ser perdoada pelo pai. “[...] hoje eu me sinto muito culpada, espero que um dia ele chegue a me perdoar. Espero também que meus avós e tios me perdoem. Sou apenas uma pessoa precisando de atenção”, escreveu.
A família informou que entregará a carta ao magistrado que realizará a audiência marcada para o próximo dia 13.
Comentários